13 de maio é dia de reflexão e luta
Publicado: 13 Maio, 2022 - 00h00
A escravatura é um período da história a não ser esquecido. Com dívidas pelos crimes cometidos contra a humanidade, possivelmente impagáveis.
Assim, o dia 13 de maio é de reflexão e luta. Apesar da abolição ter ocorrido nos códigos legais em 1888, através da lei Áurea, na vida concreta ainda convivemos com a existência repaginada deste crime, com o que chamamos de trabalho análogo à escravidão ou trabalho forçado (forçoso), com condições degradantes, tráfico de pessoas, cárcere privado, escamoteados por supostas relações de afeição e conivência social e de autoridades, etc.
No Brasil, apesar da redução da fiscalização e do sucateamento do Ministério do Trabalho pelos últimos governos, segundo o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), atingimos quase mil pessoas (942) resgatadas do trabalho análogo à escravidão em 2020. Contudo, em anos com maior investimento atingimos, como em 2007, 6.025 resgatados/as.Totalizando entre 1995 e 2020 aproximadamente 53,4 mil, com maior concentração entre imigrantes, trabalhadoras/es domésticas/os, rurais e carvoeiros.
Na outra ponta, do trabalho legal, o processo da reforma trabalhista, reforma previdenciária, teto de gastos (retirando receitas das políticas publicas que atendem os mais pobres), em nome da falácia da modernização, presenciamos a desregulação das relações de trabalho, com a legalização do bico através do trabalho intermitente, com a drástica redução da remuneração do trabalho, da restrição do acesso à previdência, com o avanço da fome mesmo entre empregados/as e suas famílias, com a elevada rotatividade, facilidade de demissão, falta de investimentos e incentivos em geração de emprego de qualidade, forçando trabalhadoras e trabalhadores para a informalidade.
Na realidade, a tal modernização nos aproximou mais de formas arcaicas, desumanas e criminosas de relações de trabalho do que do que o contrário. Afastando a classe trabalhadora de direitos. É preciso dar um basta nesta situação.
Ainda mais, no momento de processo eleitoral que nos encontramos, em que escolheremos representantes para o poder executivo e o legislativo, mais do que nunca, é agora que devemos avaliar os resultados de projetos dos governos do nosso país que nos trouxeram a este estado de calamidade, e quais devem ser as novas escolhas, que rumem no sentido da vida, com qualidade, digna, para todos e todas. . É preciso mudar e reconstruir novas relações de trabalho com um governo que ouça e respeite os trabalhadores e as trabalhadoras.