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Artigo

A Indústria Têxtil brasileira e os desafios dos trabalhadores (as)

Publicado: 04 Novembro, 2011 - 00h00 | Última modificação: 17 Novembro, 2014 - 13h45

 

A falta de uma política industrial, a sobrevalorização do real frente ao dólar e a competição predatória protagonizada pelos países asiáticos no mercado brasileiro, principalmente no setor têxtil e calçadista, refletiram diretamente na vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que tiveram seus postos de trabalho fechados e continuam sofrendo com constantes de ameaças de flexibilização de direitos por parte do empresariado.

O Plano Brasil Maior, lançado pelo Governo Federal no mês de agosto como forma de combater a crise, propôs a desoneração da folha de pagamento (INSS), principal queixa do empresariado, para uma taxa de 1,5% do total de faturamento das empresas.    

A CUT e seus sindicatos filiados entendem que desoneração só pode ocorrer se vier atrelada de contrapartidas sociais que estabeleçam melhorias na vida do trabalhador (a) como a garantia do emprego, geração de postos de trabalho com qualidade e salário digno.

Há muito para avançar. A redução da jornada de trabalho sem redução de salário é uma das nossas prioridades para acabar com situação degradante que ainda toma conta das indústrias têxteis. Mesmo com o avanço da tecnologia, o período de trabalho ainda é exaustivo, além de os salários não acompanharam o esforço na produção.

Atualmente um dos maiores problemas que a categoria têxtil enfrenta é o grande número de companheiras e companheiros obrigados a deixar seus postos de trabalho para produzir em suas residências, além de irmãos e irmãs de países vizinhos aos Brasil, principalmente, bolivianos e paraguaios muitas vezes produzindo em situação análoga à escravidão para grandes marcas. Medidas como a mera diminuição de impostos beneficiam apenas o patrão, pois reduz os encargos trabalhistas sem que isso traga algum benefício a quem realmente financia o crescimento de nosso país.

Mesmo a realidade dos brasileiros e brasileiras não é diferente, diante do grande volume de deslocamento de empresas para as mais variadas regiões do país à procura da mão-de-obra que for mais barata.

A alternativa para o fim desse processo é a campanha nacional para adotar a implementação de pisos regionais e de um contrato coletivo  nacional que garanta as mesmas condições para trabalhadores e trabalhadoras em todo o território nacional.

Apenas teremos um desenvolvimento sustentável e justo da indústria se houver distribuição de renda e condições dignas de trabalho. Medidas protecionistas que não incluam a ampliação dos direitos dos trabalhadores não fazem parte da pauta da CUT.