Amazônia: o que está em jogo?
Publicado: 05 Setembro, 2019 - 00h00
A Amazônia virou manchete de jornal nas últimas semanas ao redor do mundo. Para brasileiros e brasileiras e pessoas do mundo todo têm sido revoltante acompanhar as imagens das queimadas, destruindo florestas seculares, lugar de extensa em biodiversidade, mas também território de quilombolas, indígenas, seringueiros, ribeirinhos, assentados da reforma agrária entre outros tantos trabalhadores do Brasil.
O extenso território que compreende a Amazônia, conhecida como pulmão do mundo, chega a quase 61% da extensão do Brasil e representa a maior cobertura de floresta tropical do planeta. Não é só a redução do carbono e seu papel global em relação ao combate das mudanças climáticas que está em jogo quando se trata da Amazônia. Existem interesses econômicos históricos, nacionais e internacionais, sedentos pela apropriação e exploração predatória de recursos de grande valor para o modelo neoliberal, da própria biodiversidade em si, da água, de minérios, da terra.
Frente a esses interesses, a função do Estado de proteger é chave para resistir aos ataques, entretanto, o papel que tem cumprido o governo Bolsonaro se alinha aos interesses dos que querem a posse e privatização desses recursos e agora trabalha para facilitar a entrega do patrimônio nacional, através do desmonte de todo o aparato de proteção ambiental existente - ainda insuficiente, mas que trazia garantias mínimas para territórios e populações que neles habitam, trabalham e ao mesmo tempo que o protegem.
Os níveis de desmatamento e queimadas registradas este ano superaram recordes históricos, e abrem uma fronteira para que a exploração mineral, de madeira ilegal e o agronegócio predatório se expandam e continuem a devastação. A diversidade da população desta região tem resistido duramente, cada vez mais com as suas próprias vidas, para defender os nossos bens comuns que a Amazônia abriga. Esta exploração predatória já se mostrou ultrapassado e ameaça a nossa existência porém estes setores econômicos não se importam com as consequências, só com o lucro imediato.
Por isso, hoje, no Dia da Amazônia, denunciamos ainda mais alto os ataques que vêm acontecendo não só nestes territórios e contra o meio ambiente, mas que vão além, pois se encontram dentro de um plano maior de ataque ao projeto de sociedade que defendemos, com garantia de direitos para toda a classe trabalhadora, defesa da nossa soberania, dos bens comuns e de um modelo de desenvolvimento que promova a justiça social e melhoria da qualidade de vida para toda a população compreendendo os limites ecológicos sistematicamente ignorados pelo capital.
Saudamos as iniciativas de sindicatos e confederações que hoje promovem nos locais de trabalho o debate sobre estes temas, dentre eles os professores e urbanitários e chamamos ao próximo dia 20 de mobilizações, onde a CUT estará nas ruas junto às demais centrais, aos movimentos sociais e à população em luta contra a Destruição do Brasil, convergindo as mobilizações internacionais e nacionais em defesa do meio ambiente e pelo clima com as lutas pelos direitos, a soberania e contra as privatizações que este governo da destruição tem protagonizado.