Canta a Democracia
Publicado: 19 Agosto, 2016 - 00h00 | Última modificação: 22 Agosto, 2016 - 10h19
Nunca antes na história deste país clamamos tanto por Democracia. Síntese de nossas mobilizações, manifestações e lutas; síntese da história de um povo que carrega o mundo como horizonte; síntese da história de luta e sangue derramado daqueles e daquelas que tombaram nos anos recentes de chumbo, anos que permeiam os nossos sonhos e que parecem tão presentes, a ponto de dar calafrios, assustar e de tornar cinza os nossos dias.
Nunca na história recente deste País fomos tão maltratados, discriminados, criminalizados, diminuídos, expostos, xingados… Fomos atropelados pela mão perversa do capital; pela mão perversa de políticos corruptos, pela mão perversa e omissa da Justiça e pela mão perversa, pesada e partidária da mídia, mídia que extrapolou os limites do seu papel, que deveria tão somente ser o de informar, com isenção e responsabilidade.
A Democracia tem gritado todos os dias como uma mãe desesperada, uma mãe que ama e zela pelos seus. Mas, alguns dos seus, de forma equivocada, maldosa, perigosa tiveram coragem de sair as ruas pedindo a volta da ditadura. Estes que pediram ou pedem a ditadura perderam o senso e a razão, perderam a noção, se perderam…
A Democracia é a soberania do nosso povo, a liberdade, a cidadania, o sistema político que permitiu pudéssemos votar e escolher nossos governantes. Esta democracia agora corre riscos, está sendo duramente agredida, arrancada das mãos dos trabalhadores, dos pobres, das mulheres, dos jovens, dos negros, dos estudantes… A nossa Democracia está sendo subtraída, literalmente.
Cantar a Democracia é mais uma forma de expressão que vários artistas de Circo, Teatro, TV e Música encontraram para se manifestar. Artistas que estão lutando de forma apartidária e sem nenhum financiamento público ou privado, pela liberdade de expressão, pela arte e direito de mostrar essa arte sem criminalização.
Cantar a Democracia - A Farsa - O Enredo Tragicômico de um Golpe, trata-se apenas da primeira ação desse movimento criado pelos artistas, que pretende também, de forma crítica, alertar a sociedade, a Classe Trabalhadora, que seus direitos, duramente conquistados, estão sendo subtraídos. A Arte tem esse poder: de alertar e transformar.
Cantar a Democracia vai além de um movimento que pretende cantar e interpretar, mas brincar através de forma lúdica e consciente com o enredo que tece nossas vidas e tem tirado o sono, sonho e a esperança de milhões de brasileiros e brasileiras.
Cantar a Democracia é também lutar contra a proposta perversa, do Governo golpista e ilegítimo de Reforma da Previdência que vai penalizar o povo trabalhador brasileiro, contra a Reforma Trabalhista que vai retirar direitos conquistados, nos últimos cem anos. É lutar contra todas as propostas que visam desmontar a estrutura de proteção social do Estado acabando as políticas públicas e sucateando o serviço público, contra o fim dos Ministérios da Previdência, Mulheres, Combate ao Racismo, Desenvolvimento Agrário, contra a redução de investimento para a Educação, Saúde e Cultura, principalmente contra o desmantelamento do Estado de direito.
Cantar a Democracia é subverter a ordem transitória dos acontecimentos, da manipulação da Mídia e da própria Justiça que finge-se de cega e de forma abjeta macula e destrói vidas.
Cantar a Democracia é plantar e motivar a esperança, além das nossas lutas cotidianas. É, de forma corajosa, instigar além dos artistas, a população que foi cooptada pelo massacre e terrorismo midiático.
Alguns dos artistas que abraçaram o Canta a Democracia e vão participar da Farsa são Leticia Sabatella, Osmar Prado, Otto, Geraldo Azevedo, Bete Mendes, Cristina Pereira, Chico Cesar, Gregório Duvivier, Antonio Pitanga, Leoni, Bemvindo Siqueira, Tico Santa Cruz, Abu, Marias da Graça, Eduardo Tornaghi e tantos outros que estão como protagonistas na luta e vão deixar seu nome na história em defesa de um país melhor.
Cantar e cantar é ter a certeza de buscar alegria. Mais um importante movimento de luta, resistência e que vem com condições de provocar a transformação.
Virginia Berriel
Executiva Nacional da CUT