Dia Internacional da Mulher: em nome de nossas lutas e compromissos ocuparemos as ruas
Publicado: 07 Março, 2025 - 00h00
08 de março é o Dia Internacional da Mulher, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975. A data é cheia de significados, já que surge como fruto de manifestações, greves e lutas por direitos desde meados do século XX.
Este ano iremos às ruas, mais uma vez, para afirmar que o bem viver só é possível com respeito, direitos e justiça para as mulheres.
A ameaça fascista põe em risco a democracia no mundo, com a ação imperialista de países como Estados Unidos, Rússia e Israel, que promovem guerras para anexar territórios e riquezas, afrontando a soberania das nações atacadas e ignorando tratados e acordos internacionais. As guerras têm se intensificado e sequer a ajuda humanitária tem sido permitida nos territórios em conflito. Algumas dessas guerras se caracterizam como verdadeiros genocídios. Estes conflitos atingem especialmente as mulheres, que são violentadas, desabrigadas e despojadas das condições de criar seus filhos.
Nesse contexto crescem o ódio, o racismo, a misoginia, a intolerância e a discriminação.
Temos vivido, em nosso país, uma escalada de violência, incentivada de diferentes maneiras pela direita, marcada pelo número alarmante de feminicídios, numa tentativa machista e racista de dominar nossos corpos.
Em 2024, ao menos 1.387 mulheres foram assassinadas por razões relacionadas ao gênero, uma média de quatro feminicídios por dia.
Outra face cruel da violência contra mulheres é a sexual, que atinge principalmente crianças entre 10 e 14 anos de idade. Elas têm sido duplamente privadas de seus direitos, ao serem atacadas e violentadas, e ao serem privadas do aborto legal, cada vez mais inacessível, em função de políticas implementadas por representantes da direita e do fundamentalismo religioso.
Um mundo melhor requer combate à discriminação e à violência, e essas lutas só prosperam em um ambiente democrático, onde nossas lutas ecoem e nossas vozes sejam ouvidas. A afirmação da democracia e a punição dos envolvidos na tentativa de golpe é fundamental para a consolidação de uma sociedade com direitos plenos, ampla participação política e igualdade de direitos.
No mundo do trabalho persistem discriminações de salários e de ocupação de postos de comando. A luta pela ratificação da Convenção 190 da OIT, norma internacional que reúne igualdade e não discriminação com a segurança e saúde no trabalho num único instrumento, é fundamental para o avanço da igualdade de direitos entre trabalhadores e trabalhadoras, da dignidade humana e do respeito entre os seres humanos.
Para avançarmos rumo a uma sociedade fraterna e justa, a sustentabilidade é uma condição essencial, pois o atual modo de exploração capitalista concentra riqueza, desumaniza o trabalho e drena os recursos naturais.
As emergências climáticas que tem escalado cada vez mais para tragédias, atingem de forma ainda mais crítica as mulheres, especialmente as negras, devido as desigualdades de gênero e raça já existentes.
É fundamental nossa articulação para que a A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 - COP30, que acontecerá no Brasil este ano, consagre resoluções que possam se efetivar em um pacto global na defesa do planeta.
São muitas as lutas e diversos os caminhos, mas uma convicção deve nos nortear e unir homens e mulheres neste 8 de março. Só teremos desenvolvimento e justiça social se eliminarmos a misoginia o racismo, o conservadorismo e a LGBTQIA+ fobia.
Em nome de nossas lutas e compromissos ocuparemos as ruas, em todos os estados brasileiros, afirmando que somos feministas e estamos em luta até conquistar o bem viver para todas as pessoas.