Dia nacional do trabalhador e da trabalhadora rural lembra resistência e luto
Publicado: 25 Maio, 2017 - 00h00 | Última modificação: 25 Maio, 2017 - 17h07
Hoje é dia nacional do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, mas não temos o que comemorar. Pelo contrário, estamos de luto pela chacina de mais 10 trabalhadores rurais em uma ação de reintegração de posse da fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d’Arco, no sul do Pará, minha terra e indignada com a aprovação Medida Provisória (MP 759/2016), que trata da regularização fundiária rural e urbana.
Mesmo com o massacre que a polícia de Temer comandou contra os 200 mil trabalhadoras e trabalhadores de todos os cantos do país que estavam em Brasília, com o chamado do exército para conter as manifestações pacíficas, a Câmara dos Deputados, que tem mais de 200 nomes envolvidos em corrupção, aprovou a toque de caixa medida que amplia a venda de terras para estrangeiros. A medida, sem dúvida nenhuma, trará mais conflitos no campo.
Durante o dia 24 de maio, que ficará para história deste país como dia de luta e resistência contra as reformas e por Diretas Já, mais uma vez recebemos a notícia e imagens chocantes dos nossos companheiros assassinados pela disputa de terra.
Os trabalhadores e trabalhadoras rurais agricultores familiares responsáveis pela produção de 70% dos alimentos consumidos pela população brasileira, estão sendo assassinados porque lutam por um pedaço de terra para a produção de alimentos. Mas o que a maioria não sabe, é que é uma luta desigual.
Os conflitos agrários estão presentes em todo o país e decorrem de causas estruturais relacionadas à expansão do capital no campo e o aumento da concentração da terra, que significa mais gente com pouca ou sem terra e menos gente com muita terra. A violência sempre existiu e quase sempre fica impune. Os empresários, os estrangeiros e a elite estão sendo beneficiados e só um lado sai no prejuízo.
O modelo de desenvolvimento em curso privilegia o agronegócio. A produção de commodities aumenta a concentração de terras, com o objetivo de exportar e gerar de lucros, e este tem sido o principal responsável pelo crescimento dos conflitos agrários, pela expulsão dos camponeses dos quilombolas, dos índios de suas terras, contribuindo com a desterritorialização das populações do campo e das florestas.
A Reforma Agrária torna-se cada vez mais urgente e necessária, mas com este Congresso e este governo ilegítimo não dá para esperar nada que possa melhorar a vida no campo.
Enfim, o dia que seria de reconhecer e agradecer a todas as mais de quatro milhões de famílias de agricultores e agricultoras que produzem os alimentos que chega à mesa dos brasileiros e das brasileiras, tornou-se um dia de luto.
Portanto o momento requer que enfrentemos as forças conservadoras, aliadas com o governo iligitimo de Michel Temer, e para tanto é preciso consolidar a aliança e unidade da classe trabalhadora para garantir a retomada do estado democrático, e dos direitos conquistados pelos os trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro.
A luta continua!
Nenhum Direito a amenos!
Fora Temer!
Diretas Já!