Há exatos 29 anos foi fundada a primeira escola sindical da Central Única dos Trabalhadores, a Escola Sindical 7 de Outubro, em 29 de agosto de 1983.

Assim como a CUT, que completou 33 anos, ontem, a Escola Sindical foi fruto da reorganização dos movimentos sindical e popular contra o autoritarismo civil-militar, contra o peleguismo sindical, contra as péssimas condições de vida e trabalho nas quais se encontravam a classe trabalhadora brasileira.

A Escola Sindical torna viva a memória da resistência dos metalúrgicos da Usiminas, vítimas da repressão policial contra o movimento paredista organizado em 7 de Outubro de 1963, em Ipatinga, região mineira do Vale do Aço.

Nem o autoritarismo do estado de Minas nem o Regime Militar, nascido do golpe de 1964, foram capazes de apagar este capítulo da história o “Massacre de Ipatinga”, que representou a luta da classe trabalhadora por relações democráticas de trabalho e com respeito à dignidade humana.

O protagonismo dos trabalhadores mineiros fez surgir na grande BH e noutras regiões o novo sindicalismo nos fins de 1970. A ousadia nas greves reivindicativas fez com que as oposições sindicais se voltassem contra as direções pelegas, sobretudo, no Sindicato dos Metalúrgicos de Betim. Mesmo sem instrumento sindical, os professores da Rede Estadual de Ensino paralisaram as escolas públicas.

Naquela época, entidades sindicais combativas, como o SINTTEL, a FETAEMG e o Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade, tiveram papel decisivo na fundação da CUT e da Escola Sindical 7 de Outubro.

Não podemos deixar de mencionar a relevante contribuição da ala progressista da Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais da Base e das Pastorais Operárias, para o renascimento das lutas populares e reorganização da classe trabalhadora. Assim como, de intelectuais vinculados à academia, principalmente, da UFMG, como o professor Michel Le Ven.

A solidariedade que fundou a Escola Sindical não tem fronteiras. A iniciativa dos metalúrgicos italianos, através da sua Federação (FIM) e da central sindical CISL, possibilitou que fossem erguidos os tijolos da nossa Escola. Esta união fraternal é simbolicamente representada na memória do saudoso Enrico Giusti.

Nesse sentido, queremos exaltar o aniversário de 29 anos da Escola Sindical 7 de Outubro, como momento de reavivar as lutas da classe trabalhadora por democracia e direitos, bem como o desafio permanente de elevar a consciência de classe dos trabalhadores brasileiros para a defesa de uma sociedade justa, sustentável e solidária.

Nesta oportunidade, manifestamos o nosso agradecimento à CUT-Brasil, que através da sua Secretaria Nacional de Formação, tem assumido a tarefa de revitalizar a Escola Sindical 7 de Outubro, mobilizando as Estaduais do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Ramos e sindicatos CUTistas para a Campanha dos 30 anos da primeira escola sindical da CUT.

Vida longa à CUT! Vida longa à Escola Sindical 7 de Outubro!

Adilson Pereira dos Santos (coordenador geral)
Fernando Antônio Pereira Cançado (coordenador administrativo-financeiro)
Vandercy Soares Neto (coordenador de formação)
Juarez Antunes Pinto (coordenador de cultura) In Memoriam