Federação Nacional dos Portuários parabeniza a categoria pelo Dia do Portuário, 28 de janeiro
Publicado: 28 Janeiro, 2014 - 00h00 | Última modificação: 04 Setembro, 2014 - 12h18
A Federação Nacional dos Portuários (FNP) parabeniza a categoria pelo Dia do Portuário comemorado em 28 de janeiro. A data alude à abertura dos portos brasileiros por Dom João VI às nações amigas em 1808. O marco histórico impulsionou o crescimento da atividade portuária no país. De acordo com o Perfil do Trabalhador Portuário elaborado pela Subseção do Dieese hoje são mais de 44 mil portuários no Brasil.
A evolução da indústria naval também refletiu no crescimento da atividade portuária. Com a aplicação de tecnologia na construção das embarcações, a tripulação dos navios diminuiu e não era mais suficiente para fazer o carregamento e descarregamento de cargas no porto de destino. Sendo assim, era necessário empregar mão de obra local. No Brasil, a abertura dos portos intensificou a movimentação de navios e circulação de mercadorias aumentando a demanda por trabalhadores nesses segmentos.
Desde a época do império, os trabalhadores portuários eram responsáveis pelo transporte da riqueza do país, primeiro o açúcar depois o café e assim por diante. O documentário História do Movimento Operário Sindical no Brasil relata que devido à importância da atividade para a economia brasileira, as reivindicações dos portuários recebiam atenção especial dos cafeicultores e do poder público. Esse poder de negociação se refletiu na organização da categoria. No início dos anos 60, os portuários eram referência de organização sindical unificada, principalmente, no Porto de Santos e no Rio de Janeiro, onde portuários e ferroviários se aliaram com a criação do Plano de Unidade e Ação (Plua) que organizou a luta desses trabalhadores.
Para representar os portuários em âmbito nacional, em 1953, foi fundada a Federação Nacional dos Portuários (FNP).
O golpe militar, em 1964, resultou na perseguição dos líderes portuários e desmonte das entidades sindicais representativas desses trabalhadores. Reestabelecida a democracia, os trabalhadores teriam que enfrentar a onda neoliberal que resultou em mudanças nos portos brasileiros. A reforma portuária em 1993 impôs prejuízos aos portuários. Mesmo com ampla mobilização da categoria, houve redução do número de trabalhadores. Com a retirada do poder público dos serviços de operação a quantidade de trabalhadores empregados pelas companhias Docas passou de 13.755 em 1993 para 2.970 em 2013. (Perfil do Trabalhador Portuário -Dieese).
No final de 2012, os portuários veriam a história se repetir com a publicação da Medida Provisória 595 que deu origem ao novo marco regulatório dos portos, a Lei 12.815/2013. Com mobilização histórica, os portuários alcançaram preservar e expandir muitos de seus direitos como aposentadoria especial, o reconhecimento dos portuários como categoria diferenciada, a renda mínima entre tantos outros avanços que ainda estão em construção.
O dia 28 de janeiro de 1808 marca um passo dado para um país melhor que superaria o analfabetismo, a escravidão, a pobreza e elegeria seus próprios governantes. Os trabalhadores portuários têm parte desse mérito. Afinal, os portos brasileiros movimentam mais de 95% do nosso comércio exterior e, assim, ajudam o Brasil a crescer.
Parabenizamos as portuárias e os portuários brasileiros pela história de luta e superação.