Marielle, mulher negra, feminista, periférica, lésbica e mãe, presente!
Publicado: 15 Março, 2018 - 00h00
"Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu Marielle Franco em sua conta no Twitter um dia antes de ser assassinada, reclamando da violência na cidade e questionando ação da Polícia Militar.
Marielle, mulher negra, feminista, periférica, lésbica e mãe. Na noite de ontem, 14 de março, foi assassinada quando voltava de um evento na Lapa, no Rio de Janeiro. O motorista Anderson Pedro Gomes também foi morto.
Era nascida e criada na Maré, onde residia antes de ser brutalmente assassinada. Socióloga formada pela PUC, onde ingressou com bolsa integral, Marielle fez mestrado em Administração Pública na UFF, trabalhou em organizações da sociedade civil, como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm), e coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Marielle deixa uma filha.
Foi a quinta vereadora mais votada na segunda maior capital do país e sua candidatura teve forte carga simbólica. Suas bandeiras eram o feminismo, a luta antirracismo e a defesa das populações faveladas. No dia 28 de fevereiro, havia sido nomeada relatora da comissão que iria acompanhar a intervenção no RJ e, no dia 10 de março, denunciou a violência policial em Acari.
Estamos incrédulos. Estamos por nossa própria conta. Precisamos seguir lutando todos os dias para acabar com o fascismo que se instalou no Brasil e o genocídio da população negra.
Que a força demonstrada por Marielle seja a nossa força. Que seu brilho, coragem, inteligência, determinação, garra e simpatia sigam nos inspirando e iluminando. Não vamos desistir.
Marielle Franco, presente!