Nota da Secretaria de Mulheres da CUT sobre a guerra na Palestina
Publicado: 28 Novembro, 2023 - 00h00
A Secretaria Nacional de Mulheres da CUT se soma às vozes democráticas e humanitárias do mundo para denunciar o processo de genocídio, de extermínio do povo palestino, que vem sendo implementado por Israel numa ocupação colonial racista, num regime de apartheid que tem mais de 70 anos de história.
Como já afirmamos em nossa Resolução do 14º CONCUT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) sempre foi solidária à luta pela autodeterminação do povo palestino – direito que lhe é negado há 75 anos pelo Estado de Israel em sua política colonial de ocupação e bloqueio de territórios.
Em que pese a poderosa propaganda israelense que encontra, inclusive, em Hollywood um forte aliado, além da mídia hegemônica, o mundo começa finalmente a compreender a “Nakba” permanente desse povo expulso de suas casas e suas terras quando as Nações Unidas partiram seu território ao meio obrigando quase 800 mil pessoas a saírem de suas casas, suas terras, suas plantações, onde viviam há pelo menos 40 gerações.
Israel ignorou completamente todas as Resoluções da ONU nos últimos 75 anos e nunca foi punido, nem sofreu sanções por isso.
Mas esse conflito adquiriu novos contornos ainda mais perversos: o massacre deliberado da população civil, o bombardeio de prédios residenciais com as pessoas dentro, bombardeios de hospitais, de escolas, de campos de refugiados (!!!), é um horror inédito na história de barbárie das guerras.
Nunca se mataram tantos jornalistas numa guerra, nunca tantos foram alvos preferenciais, o que demonstra a clara intenção de não ter testemunhas dos crimes de guerra que estão se sucedendo e acumulando.
Vozes indignadas começam a se levantar nos parlamentos da Espanha, Irlanda, Bélgica, na Colômbia, na Bolívia, bem como nas Nações Unidas.
Como mulheres, nos somamos as vozes de movimentos de mulheres no mundo, que veem com assombro o massacre preferencial de crianças e mulheres. Mais de seis mil crianças foram mortas, bebês em incubadoras foram sufocadas pela falta de energia e pela brutalidade com que maternidades foram invadidas sob pretexto de capturar militantes do Hamas. Corredores de desabrigados famintos e apavorados perambulam sob os escombros lembrando cenas da perseguição nazista.
Nos assombra e impacta profundamente o caráter racista, misógino da matança e seu projeto de longo prazo quando vemos que 70% dos mortos nesse massacre são mulheres e crianças. Não é por acaso, não é “efeito colateral” como dizem cinicamente, não é acidental: é genocídio planejado para matar a descendência, para matar as futuras gerações para que não reivindiquem seu território ocupado há 75 anos, para que não vivam as mulheres que possam abrigar no seu ventre novas gerações.
Mais uma vez o corpo da mulher é o alvo, e além disso, as cenas de barbárie e denúncias de estupros e toda sorte de violência sexual vivida por mulheres quando são feitas prisioneiras e reféns, além de centenas de crianças prisioneiras há anos como refém em Israel, sem acesso à justiça, sem direitos humanos.
Reafirmamos nosso compromisso com a luta pela autodeterminação dos povos e defesa dos seus territórios, recomendamos as mulheres cutistas que se somem as iniciativas dos comitês regionais de solidariedade ao povo palestino.
Cessar fogo Já! Palestina Livre!
Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional