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Artigo

O conservadorismo neoliberal violenta a democracia

Publicado: 18 Novembro, 2016 - 00h00

A direita neoliberal nunca aceitou conviver em democracias. Amparada por um conglomerado de empresas de comunicação que monopoliza a mídia massiva, ela tenta invisibilizar e criminalizar movimentos sociais e sindical. A direita conservadora dissemina o ódio e desqualifica qualquer tentativa progressista de se governar. Vem sendo assim no Brasil. E vem sendo assim no mundo, que parece estar doente. Ou como canta a canção: “tá cego do olho, tá surdo do ouvido”. 

 

Tolerar e reconhecer a legitimidade do outro foi uma conquista histórica que se intensificou com o fim da 2ª Guerra Mundial. Mas um sentido inverso começou a se desenhar, de forma assustadora, pautando o retorno de ameaças que pareciam esquecidas. Nosso país, por exemplo, tem um Congresso já apontado como o mais conservador do período pós-1964. Cresceram as bancadas ligadas a segmentos conservadores e muitas pautas foram embasadas em preceitos religiosos – basta lembrar o Estatuto da Família, trechos bíblicos fundamentando a PEC da Maioridade Penal, a famigerada PEC dos Apóstolos e outros tantos equívocos.

 

Na última quarta-feira, manifestantes invadiram o plenário da Câmara dos Deputados avisando que “o general” estava “vindo”, pedindo a intervenção militar e, novamente, apropriando-se do discurso de “combate à corrupção”. São os mesmos que desqualificam a luta da classe trabalhadora e dos movimentos sociais. Isso é reflexo não só da ignorância e do analfabetismo políticos, como também do avanço de um conservadorismo que adoece e maltrata a vida em sociedade.

 

As redes sociais catapultam preconceitos de toda ordem, em nível mundial. Cruzam fronteiras e fazem emergir homofobia, xenofobia, machismo, racismo. De fato, eles apenas se camuflavam. Resultados de eleições recentes, sejam no Rio de Janeiro ou nos Estados Unidos, mostram quão urgentes são os cuidados que devemos ter com a democracia, sob pena de extremismos de ódio e intolerância continuarem a sacudir o mundo. E vamos continuar ocupando os espaços para lutar pelo oposto – mesmo que os veículos de comunicação tentem tapar o sol com a peneira.