O exercício da cidadania em defesa da escola pública, universal, democrática, laica e com pensamento crítico
Publicado: 27 Outubro, 2016 - 00h00
São mais de 850 escolas já ocupadas no Paraná. Isso por si só já é uma grande demonstração de força e poder de mobilização popular dos estudantes secundaristas. Pois deixa o Governo Beto Richa, com grifo, - do PSDB, sem opção política a não ser negociar.
A que pese como é de costume, não assume e não assumirá que a responsabilidade também é sua. Pois o principal motivo é o combate à MP (medida provisória) do governo ilegítimo de Temer totalmente descabida que reforma o ensino médio no Brasil por decreto. Sem um mínimo de debate com a sociedade civil organizada, quiçá com os estudantes, professores e pais de alunos. Mais existem também outros problemas que fizeram a MP ser a gota da água da relação com o governo. A Falta de dialogo e as promessas não cumpridas que são as forma como este governo veem nos últimos tempos tratando nossos mestres, levou a uma ação politica mais efetiva dos estudantes secundaristas, que se alastrou como rastro de pólvora pelo estado do Paraná e pelo Brasil.
Essas ocupações de Escola. Ocupações e não invasões conforme alguns tentam jogar na desinformação. Pelo fato que as escolas são dos estudantes e de toda a comunidade. E tem o apoio incondicional de todos aqueles que historicamente lutam por uma escola pública digna de receber nossas filhas e filhos sendo uma escola universal, laica, democrática e baseada no pensamento crítico que possibilite a formação de indivíduos pensantes para nossa sociedade. Totalmente ao contrário da escola com ideologia do estado, de pensamento único e monopolizado que impede o desenvolvimento do espirito critico das futuras gerações de cidadãs e cidadãos que saíram dessa escola.
A luta dessa geração de estudantes secundaristas que varre o estado em ocupações de escolas e que esta se alastrando pelo país, não somente nas escolas do ensino médio, mas já atingem também Institutos Federais de Educação e Universidades são nitidamente o combate à escola formadora homens e mulheres semi-lobotizados e somente tecnicamente capazes de apertar botões, sem consciências critica e totalmente alienados inclinados a fazerem coro com o que as minoritárias elites, empresárias, financeiras e rurais disponibilizam na grande mídia, sem questionamentos, sem um mínimo de consciência crítica.
Essa geração de estudantes compreendeu o crime de lesa pátria que foi cometido com a mudança da lei do petróleo desse governo ilegítimo e entreguista de Michel Temer que tira à exclusividade de exploração do petróleo da Petrobras, que em apenas uma canetada praticamente jogam no lixo as vinte metas do Plano Nacional de Educação, o PNE, aprovado há cerca de dois anos no Congresso Nacional e que direcionava para a educação e a saúde a um fundo soberano constituído de 75% dos royalties da exploração do Pré-sal e também participação nos royalties do petróleo. Em uma canetada o governo tirou bilhões de recursos da saúde e da educação, demonstrando claramente a quem atende a dita reforma fiscal, ou seja, somente aos investidores internacionais e aos grandes agiotas da nação que vivem da especulação de papéis e sua remuneração por juros da divida pública, como bem diz o senador da republica pelo Paraná, Roberto Requião somente beneficia o capital vadio, quem tem ojeriza da produção. Afinal, não passa de reforma fiscal que busca nada mais do que pagar ainda mais juros de uma divida interna que deveria, a meu ver e de muitos economistas passar por uma auditoria imediatamente, pois esta sendo cobrada do povo brasileiro de forma escorchante. Assim como a reforma fiscal, a reforma do ensino feita por decreto nada mais busca que criar uma horda de analfabetos funcionais, apertadores de botões.
Outro ponto fundamental que motiva as ocupações e deu argumento mais do que plausível a greve dos professores deflagrada no último dia 17 de outubro e a facilidade com que o governo de Beto Richa do PSDB resolve as coisas mais baseado no argumento da força do que na força dos argumentos, não cumprindo acordos, mesmo aqueles para garantirem que seriam honrados pelo governo em sua efetivação tenham virado lei, como no caso dos prazos para o pagamento dos atrasados e dos aumentos da categoria dos professores e servidores do Estado do Paraná negociados na última campanha salarial dos professores do Paraná e dos servidores. Ao romper a sua palavra e rasgar a lei, ele não deixou aos professores e funcionários de escola alternativa que não fosse decretação da greve dos professores e funcionários de escolas por tempo indeterminado.
As manifestações e ocupações de escolas e Universidades, que acontecem em função da MP do ensino médio e também da descabida PEC-241(PEC TETO) são fruto da politica desenvolvida nos últimos meses no Brasil, pelo ilegítimo governo de Michel Temer, do PMDB que queria ser presidente a qualquer custo e agora precisa pagar as faturas políticas do processo de impeachment da ex-presidente Dilma, bancadas pela FIEP pela FIESP. E o que eles esperam do governo? Esperam que o governo mude a organização social brasileira para uma organização que não priorize a maioria das pessoas, mais sim o pagamento de juros da dívida que esse mesmo mercado é o credor. Ou seja, a politica “austeridade Fiscal!” tão alardeada pelo governo ilegítimo e a necessidade de ajuste fiscal no congresso trabalha para a lógica da criação de uma reserva de mão de obra barata nas futuras gerações, para que o mercado possa explorá-la ao seu bel prazer, sendo no futuro com as mudanças na educação uma reserva de mão de obra barata doce e servil. Para isso é necessário doutriná-la e aliená-la, tirar dela o espirito critico que uma escola de formação universal permite, pois, forma mulheres e homens com pensamento crítico, indivíduos capazes de pensar e decidir seus próprios caminhos como classe trabalhadora organizada resistindo organizadamente à opressão política do capital.
Somos a resistência a este processo e somente a luta nos garantirá. Somente a luta garantirá uma escola de qualidade. Somente a luta evitará que te tenhamos retrocessos medievais na educação pública no Brasil tanto no ensino médio como no ensino superior. Por esse motivo é que não podemos deixar de nos somar apoiando ao esse coro uníssono de mais de 850 escolas ocupadas sendo 90% delas no Paraná e também de muitos Institutos Federais de Educação e Universidades que dão uma grande demonstração de força política e organização, resistindo com luta ao sucateamento da escola pública e a tentativa do ilegítimo governo de Temer de atender ao que quer o mercado financiador do golpe institucional, que é ter a escola formando analfabetos funcionais e apertadores de botões. E também todo apoio a recém-iniciada greve dos professores e funcionários de escola para garantir o que devia ser pago naturalmente, pois é lei. Esta na lei e o governo tem que cumprir.