O lucro dos bancos à custa do suor do bancário e do trabalhador brasileiro
Publicado: 22 Fevereiro, 2022 - 00h00 | Última modificação: 22 Fevereiro, 2022 - 16h58
É chegar em uma agência bancária e perceber que mais um guichê de atendimento está desocupado, enquanto as agências bancárias reduzem postos de trabalho, os bancos acumulam lucros exorbitantes com juros impagáveis, faturando em cima do endividamento das famílias brasileiras e da sobrecarga de trabalho do seu empregado.
Esta é a realidade do ramo financeiro no nosso país, que fica perceptível ao avaliarmos o Resultado do Balanço dos quatro maiores bancos do Brasil, divulgado e organizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (DIEESE).
Em 2021 o lucro dos quatro principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) somaram R$90,426 bilhões, em uma média alta de 31,7% comparada com o ano anterior. É um lucro recorde que acontece em um período de grandes dificuldades financeiras do povo brasileiro, que vive uma crise econômica agravada pela Pandemia do novo coronavírus e pela precarização dos postos de trabalho, fruto da Reforma Trabalhista e de ausência de políticas para contenção do desemprego no país.
Em janeiro de 2022, 87,1% das famílias declararam possuir dívidas no cartão de crédito. As pessoas estão com maior dificuldade financeira em 2021 e o endividamento cresceu 10 pontos percentuais se comparado a 2020. Além do lucro em cima do cartão de crédito, os bancos registraram um crescimento no faturamento da prestação de serviços e tarifas bancárias, lucrando juntos R$119,5 bilhões.
Os números recordes de lucro dos bancos também é justificado pelo fechamento dos postos de trabalho, que mesmo com o aumento de contratação de trabalhadores da área de Tecnologia da Informação (TI), ainda, os quatro bancos totalizaram uma redução de 1.720 postos de trabalho e fechamento de 1.017 agências. Estas mudanças, além de sobrecarregarem os atuais empregados e adoecer a categoria, ainda gera mau atendimento aos clientes que precisam esperar mais para o atendimento.
Ninguém fatura com estas mudanças, a não ser o ramo financeiro que lucra em cima do sofrimento e endividamento do povo brasileiro! Em anos de profunda crise entre as famílias, é destoante ver os bancos somarem lucros bilionários.
Este ano os bancários, unificados pela Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF-CUT), estão em Campanha Nacional e cobrarão a devida valorização e respeito a quem trabalha nos bancos deste país. Queremos a garantia de um ambiente saudável para todos e o respeito às nossas cláusulas, o não trabalho aos sábados e a garantia de reajuste com ganho real.
Sabemos da possibilidade econômica dos bancos garantirem um melhor atendimento aos clientes e uma valorização e reconhecimento aos bancários! Nossa luta é por todos e não abriremos mão de nenhum direito!