MENU

Artigo

O primeiro ano da gestão 2019/2023 da CUT Paraná, avaliação e perspectivas

Publicado: 03 Novembro, 2020 - 00h00

Ao se aproximar o fim do mês de outubro de 2020 completaremos um ano a frente da gestão política que assumiu a direção da Central Única dos Trabalhadores do Paraná, O XIV Congresso Estadual da CUT/PR – Lula Livre que aconteceu entre os dias 25 e 27 de outubro de 2019 na Sede da Associação Banestado em Praia de Leste, Paraná – Brasil.

Vindo de um processo invertido, onde o Congresso Nacional havia acontecido antes do Congresso Estadual, diferente do que ocorre geralmente em ordem crescente, primeiro as Assembleias das categoriais que elegem os delegados para estaduais e nacionais e nos ramos de atividade que não tem número para eleger direito para a nacional existem as plenarinhas, que são realizadas enquanto acontecem os Congressos Estaduais, onde se elegem delegados que não atingir o número suficiente para eleger direto para o Nacional, afinal são aproximadamente 4000 sindicatos e federações que compõem a Central Única dos Trabalhadores no Brasil.

O momento da conjuntura política era de ofensiva de desenvolvimento e continuidade de aplicação do golpe político e institucional que vivemos a partir de 2016 e suas consequências que afetaram diretamente os processos eleitorais dos anos de 2016 e de 2018. As eleições de 2016 pelo fato da correspondência direta com os acontecimentos e da forma arquitetada que tirou uma presidenta legitimamente eleita de seu cargo junto ao papel da mídia monopolizada tradicional e amarronzada que deu ecos e vozes ao golpe, não permitindo esclarecer e estabelecer o contraditório na sociedade. A vida do povo e dos movimentos sociais e sindicais não foram nada fácil após os primeiros momentos do golpe e a instituição de um presidente ilegítimo, Michel Temer a conduzir os destinos de um país inteiro que teve a sua vontade popular expressa nas urnas, aviltada, cassada.

A vida do povo e dos movimentos sociais e sindicais não foi fácil desde o primeiro momento do golpe e a instituição de um presidente ilegítimo conduzindo os destinos de um país inteiro que teve sua vontade popular expressa nas urnas, aviltada.

Logo em seguida, começaram a maldades do capital contra os trabalhadores que até então haviam sido cuidados por parte dos governos democráticos e populares. As maldades começaram com as terceirizações sem limites, com o desengavetamento de um projeto de tentativa de implementação das terceirizações ainda sob o governo Tucano de FHC e que havia sido arquivado no início do governo Lula por que não tinha trânsito dentro do Congresso. E assim sucessivamente nossos direitos começaram a ser solapados, a começar pela política de valorização do salário mínimo que de imediato foi congelada, não respeitando se o acordo feito entre o governo e as Centrais Sindicais de manutenção da sua valorização até o ano de 2022. E iniciou-se o processo de tramitação da reforma trabalhista no Congresso, que infelizmente foi imposta goela abaixo da classe trabalhadora, pois não houve nenhum processo de construção de um dissenso envolvendo todas as partes da sociedade que tinham interesse e posição política sobre a reforma. Muito pelo contrário foi aprovado o projeto que havia sido tirado diretamente das folhas timbradas da FIESP, o que nos impôs que impôs a retirada de mais de 200 itens da Consolidação das Leis do Trabalho a CLT. Após a reforma trabalhista começou a tramitar a reforma da previdência, da mesma forma que a anterior, sem processo de discussão nenhum, mas o ilegítimo governo de Temer não teve força política para fazê-la e teve que deixar para o escolhido do mercado. E ao mesmo tempo em que havia a ofensiva do capital pela implementação das reformas havia também um ofensiva que buscava fragilizar a organização dos sindicatos, federações, Confederações e Centrais Sindicais, com um projeto impondo que os trabalhadores sindicalizados não pudessem ter mais o desconto do sindicato em folha, mas se quisessem continuar sindicalizados tinham que fazê-lo direito no balcão do sindicato. Medida burra, fascista, de classe, descabida e ilegal com o único intuito de tumultuar o jogo e tirar o foco da reforma da previdência que felizmente não encontrou amparo legal na justiça do Trabalho, que já havia sido derrotada no ilegítimo governo de Temer.

Mas não fora nem a primeira e nem a última tentativa de atacar a organização dos trabalhadores que haviam sofrido o baque da retirada do imposto Sindical de forma abrupta e sem conversar com os trabalhadores as alternativas de custeio e manutenção, ou seja, mais uma medida de viés autoritário e antidemocrático. Tempos depois viríamos amargar também a reforma da previdência encaminhada, pelo desgoverno de Bolsonaro fruto do golpe parlamentar e institucional e suas consequências, que entre as mais nefastas estava Operação Lava Jato conduzida pela força tarefa do MP e pelo juiz político Sérgio Moro, que depois de garantir a vitória de Bolsonaro, viria aceitar fazer parte do seu governo, como o super-ministro da Justiça achando que seria uma alternativa para as eleições de 2022. As artimanhas jurídicas de Moro haviam tirado o presidente Lula das eleições de 2018, deixando aberto e ladrilhado com a purpurina do golpista todo o caminho para a consolidação do Golpe com as Eleições de um nome do mercado. E entre as ações para consolidar essa política golpista incluiu a ilegal prisão sem provas e sem estar transitado e julgado do Ex-presidente Lula, por 580 dias, que fez com que o Bairro da Santa Cândida se transformasse numa grande romaria em defesa da liberdade do Presidente Lula, com a instalação nos arredores da Polícia Federal e depois num terreno vizinho da PF a história e sem precedente Vigília Lula Livre.

Nosso mandato a frente da CUT/PR se inicia justamente aí 27 de outubro de 2019, com o encerramento do 14º Congresso Estadual da CUT-PR/Lula Livre. De lá para cá decorram se exatos um ano da gestão 2019/2023 que eu lidero da Direção Estadual da Central Única dos Trabalhadores e neste texto procuro fazer um breve balanço e apontar as perspectivas para o futuro.

Para realizar um balanço desse primeiro ano de gestão, vamos convidar a quem nos lê nesse artigo para que se acaso se interesse para uma visão mais aprofundada das coisas em que a gestão esteve envolvida para que olhe nas redes sociais da CUT Paraná e também nas minhas próprias, que eu utilizo como instrumento de organização da luta política e do movimento sindical, o que a constitui num arquivo histórico de minha trajetória rica em detalhes. Mas não posso deixar de apontar aqui algumas coisas importantes no inicio desta gestão.

Logo nos primeiros dias da Gestão me dirigi a Brasília para participar representando a entidade de um ato nacional em defesa das Estatais e de lá embarquei para a cidade de Havana em Cuba para participar do III Encontro Anti-imperialista por Solidariedade, por Democracia e Contra o Neoliberalismo, que reuniu mais de 80 países e o Brasil participou com uma delegação numerosa composta pela CUT/Brasil e outras entidades do movimento social. Dos contato em Cuba, havana nos dias que fiquei lá, me organizei com os companheiros da Construção Civil e da Construção Pesada e fizemos diversas agendas de visitas aos trabalhadores da Construção em Cuba. Estiveram também no Encontro diversos lideres da América Latina como Maduro, Gleisi Hoffman e Monica Valente pelo PT do Brasil. Nesta visita, não tive a oportunidade de molhar os pés nas águas do Caribe, transformando os nove dias que lá fiquei em um turismo sindical, cultural e histórico.

Voltando ao Brasil, ainda no Aeroporto de Guarulhos surpreendido fui pela decisão do STF de estabelecer o entendimento constitucional de todos são inocentes a decisão transitada e julgada, decisão que beneficiou o presidente Lula que foi libertado no dia 8 de novembro de 2019, outros membros da Direção da CUT/PR estiveram presentes na grande acolhida que os membro da Vigília Lula Livre fizeram para sua libertação, E também com a decisão foram libertados José Dirceu, que estava preso injustamente em Curitiba e também cumpriam pena em regime aberto com monitoramento os companheiros João Vacarri Neto e Delúbio Soares, ambos dando expediente na sede da CUT/PR. Infelizmente não consegui comparecer a festa de libertação de Lula, por que de Havana Cuba, desci para o processo de eleição do Sismmar – Maringá. Onde a categoria não deu a continuidade ao bom trabalho que o sindicato lá fazia desenvolvido pela companheira Iraides Baptistoni, que foi nitidamente prejudicada pelos membros da chapa 3 que apoiaram a chapa do CSP/Conlutas. Os Servidores de Maringá e já amargam arrependimentos.

Nesse processo acompanhamos no mês de novembro de 2019 ainda as audiências Publicas de defesa da Petrobras. Ainda em novembro aconteceu à primeira reunião da direção Executiva da CUT-PR. onde o tema do desmonte do patrimônio público estava na Pauta. Nesses dias nos despedimos dos companheiros Delúbio e Vacarri, com os quais eu brincava que eram meus assessores ostentação. Afinal, poder conviver diariamente com dois personagens importantes da história política recente do nosso país, que foram estratégicos para que o projeto de governo no PT pudesse ser implementado ajudando a tirar milhões de pessoas da pobreza, só me enobreceu. Em seguida, aceitei o convite para acompanhar junto com o companheiro Bahia uma agenda de viagens a sua base da Construção Pesada na região de Telêmaco Borca, onde ficam as obras da Klabin. Nessa viagem pude constatar a liderança nata exercida pelo companheiro que mobiliza milhares de trabalhadores, que estão a frente das obras do projeto PUMMA II da Klabin.

Acompanhei a posse dos Partido dos trabalhadores que irá ter a frente do próximo período o companheiro Ângelo Vanhoni, e ainda em novembro de diversas manifestações em defesa da Caixa Econômica Federal como Banco Público. E também em novembro tivemos o inicio da batalha contra a tentativa de implementação da carteira verde amarela por parte de Guedes e do governo Bolsonaro. A CUT elaborou uma cartilha junto com as centrais para demonstrar aos trabalhadores os malefícios da carteira verde/amarela. E também estive presente na assembleia da APP que denunciava a falta de honra do governo ratinho em cumprir com os compromissos assumidos com a Categoria dos professores. Participei pela entidade das entregas das medalhas do campeonato de futebol do Sindicato dos Bancários, de atividades Lúdicas com o Festival da Resistência e o Festival de Bandas do Sindicato dos Bancários. Também da audiência pública sobre o Fundeb e da PEC da Previdência chamada pela APP e também das etapas regionais dos Congressos da APP Sindicato.

Iniciando o mês de dezembro tínhamos na Agenda a parada LGBTIQ+ que reuniu seguramente mais de 100 mil pessoas nas ruas de Curitiba. Com o tema dos 50 anos do Stonewall. E participamos de diversos debates sobre a questão da defesa da Soberania Nacional com o Lançamento da frente aqui no Paraná, com a audiência Publica na Assembleia Legislativa do Paraná. E Resistimos em frente a própria Assembleia a nova tentativa de mexer na previdência dos Servidores do Estado. Também em dezembro ocorreu aqui em Curitiba um Encontro do movimento pedagógico Latino Americano em parceira com a CNTE. E além da ofensiva do Governo Bolsonaro com a carteira Verde Amarela ele implementa a MP 905, a qual o movimento sindical também se opôs e fez forte oposição.

Anualmente no mês de dezembro as CUT dos três estados da região sul fazem seu seminário estratégico e de Planejamento da Escola Sul. Também já em dezembro passei a compor a Suplência do Conselho Estadual do Trabalho que na vaga de titular da CUT tem o companheiro Ernane Garcia, presidente da Federação dos trabalhadores da Agricultura, a FTIA. Acompanhamos e com nossa chapa ganhamos as eleições do Sindidutec Paraná e também acompanhamos a solenidade de 107 anos da Universidade Federal do Paraná. E antes de entrarmos no recesso do ano de 2019, fizemos a última reunião da Direção Estadual da CUT/Paraná, juntamente com a solenidade da posse festiva da Central que contou com a presença de diversas personalidades políticas importante, inclusive com a participação do Reitor da UFPR, de um dirigente da Central de Trabalhadores Cubanos - a CTC, o dirigente Carlos de Dios, que depois nos acompanhou em visitas a alguns sindicatos, retribuindo a gentileza da nossa visita a CUBA. Para fechar o ano nas atividades que realizamos com as Centrais Sindicais junto ao conselho nós exigimos do Governo que retomasse as negociações e mantivesse a regra do Salário, mínimo, e fizemos o lançamento da Cartilha que explicavam os malefícios da Carteira verde e amarela para a Classe trabalhadora, tema que retomamos e voltamos a discutir no início de janeiro, Também participamos da cobrança da APP Sindicato da cobrança dá não dispensa dos Professores em PSS. Ainda finalizando as agendas de 2019 participamos do Auto de natal anual dos funcionários do Bradesco e nos despedimos das nossas entidades entrando no recesso de 2019 desejando boas festas e um 2020 de muita resistência e lutas.

Voltando já no início de janeiro para as discussões no âmbito do Conselho Estadual do Trabalho sobre o Salário Mínimo Regional. E também a política descabida de tentar impor um novo um recadastramento, pois feria a vontade individual das trabalhadoras e trabalhadores que optaram por se filiar e ajudar a organizar a lutas e as conquistas dos servidores públicos. Luta que desde o inicio de janeiro o FES, a APP e muitas entidades se organizaram para resistir, a política de tentar desorganizar as trabalhadoras atacando sua sustentação financeira, através dos Decreto nº 3809 e depois reeditado para o nº 3797) ou seja, ou jogo baixo da política e da mais feia pratica antíssindical por parte do Governo Ratinho. Foram muitas reuniões e atividades internas e externas já no início do ano para barrar isso. O que fez com que as entidades ligadas aos servidores, não pudessem nem ter direito ao recesso anual. Ao mesmo tempo no início de janeiro de 2020 retomamos a pressão para se manter a política de valorização do salário mínimo regional, o que depois de muita pressão das centrais no Conselho Estadual do Trabalho conseguimos manter o acordado. Junto com os ataques que vinham do governo Federal, desde janeiro tivemos que mobilizar as trabalhadoras e trabalhadores da Caixa, afinal o Bolsonaro falava em privatizá-la, no alto dos seus 159 anos de serviços prestados ao povo brasileiro.

Outra luta que virou o ano foi a luta em defesa da FAFEN, a Fábrica de Fertilizantes, que o governo federal resolveu desativar para comprar insumos para a agricultura no mercado, Foram diversas manifestações no Estado, com acampamentos na Fábrica e depois a realização de uma grande greve por parte dos petroleiros e petroquímicos em todo país, que infelizmente não quebramos a intransigência do governo na questão da FAFEN, que agora volta suas garras para tentar fatiar e vender a Petrobras, o que dependerá de nós muita luta e discussão política com a sociedade para evitar que se coloque nas mãos privadas tão suado patrimônio público construído a partir de décadas. No âmbito da política Geral o Governo Bolsonaro começa uma perseguição ao jornalista que desmontou a Lava Jato Glew Greenwald.

Ainda sob a tônica da sacanagem política do recadastramento dos servidores público, acompanho na cidade de Maringá o 13º Congresso Estadual da APP, maior sindicato da base da CUT/Paraná que acontece para apontar os caminhos da luta para o restante da gestão. Também estivemos na posse do SindSaúde sindicato que teve uma reviravolta interna e voltou a se posicionar ao lado das lutas democráticas e progressistas. No inicio de Fevereiro como é tradicional organizamos o nosso carnaval da CUT Paraná, diferenciado de todos os anos que o bloco vai para a rua, fizemos uma parceria com um tradicional bar e restaurante de Curitiba, que tem os donos ligados as causas da luta social e política e havia sido um importante ponto de encontro dos militantes sociais da vigília Lula Livre, o GILDA BAR. Foi um carnaval diferente que reuniu centenas de foliões que vieram escutar o Samba/marchinha de carnaval que a CUT/ paraná todo ano lança e nesse ano falou sobre o Golpe e a retirada de direitos através das reformas e da MP da carteira verde e Amarela. Também em fevereiro acompanhamos a Realização do Congresso Estadual da FESMUC federação CUTista de sindicatos municipais.

Na nossa pauta de 2020 está a busca pela reaproximação de sindicatos importantes para a central que de uma forma ou outra estão afastados do processo de luta e organização CUTistas, dentre eles iniciamos conversas com o Sindiurbano, com os Vigilantes de Curitiba, dentre outros importantes sindicatos. também iniciamos uma etapa diferente de dialogo com nossos funcionárias e funcionários, com a realização de reuniões periódicas para ouvirmos demandas, acertarmos agendas e alinhar política, afinal são elas e eles que nos dão o suporte necessário para que possamos travar as lutas da central com mais determinação e afinco.

Com processo de libertação do presidente Lula algumas das frentes de resistência que que haviam sido formadas aqui no Estado e na capital, que acabaram se aglutinando em torno da Vigília Lula Livre, tivemos que buscar outras formas de aglutinar o povo e Começamos após as grandes passeatas em defesa da Educação na virada de 2019 para 2020 o caldo de organização resultou na Formação do Comitê Unificado de Lutas, que reuniu na sua formação mais de 60 entidades estiveram ligadas a lutas de resistência nesse período. Uma frente supra partidária e supra sindical. No calendário da Central e também o Comitê Unificado de Lutas estavam as pautas de março do mês de destacar as políticas afirmativas de gênero. Dentre as pautas estava a organização das atividades do 8 de março Dia Internacional de Lutas das Mulheres, a cobrança nacional por saber que foram os mandantes do assassinato da Vereadora Marielle Franco que completou 2 anos sem respostas, Dia Nacional de Lutas pelo serviço público, defesa da Amazônia e da soberania Alimentar.

Também iniciamos contato e organizamos através da Sec. De Juventude da CUT com a União Paranaense de Estudantes, UPE e com a União Paranaense de Estudantes Secundaristas - UPES para a realização de campanha para que jovens 16 e 17 anos participem da política, uma campanha de tiragem de títulos aos 16 anos: “Se liga dezesseis. Agora é sua vez!” Campanha que foi interrompida pelo início do Lockdown em Curitiba. Uma das últimas agendas que fiz antes da quarentena imposta pela Pandemia Mundial de Coronavírus, foi a durante uma viagem a reunião ordinária do Conselho Estadual do Trabalho na Cidade de Santa Terezinha do Itaipu, ocasião que aproveitei o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Foz do Iguaçu e também o sindicato dos trabalhadores do Transportes de Foz do Iguaçu.

A partir da segunda metade de março iniciou-se o período de quarentena. Inclusive na Central que adotou o trabalho a partir de casa (home office) e a totalidade das agendas políticas se davam por meio virtual, defendendo que no processo de pandemia em primeiro lugar estava a defesa da vida das trabalhadoras e trabalhadores e em seguida a defesa dos seus empregos e direitos. Trazendo uma nova realidade para a organização politica cotidiana. Já em março realizou-se o primeiro ato nacional virtual e com apitaços e protestos através das janelas, apelidado de Janelas contra Bolsonaro. Isso trouxe uma série de problemas, por exemplo em relação a eleições sindicais que aconteceriam no período, como as Eleições dos Bancários de Curitiba e do Sindicato dos trabalhadores na Construção Civil, dentre outros sindicatos que teriam eleições. Tivemos que nos adaptar, por que a ofensiva do governo não parou, com a reedição de MP- 927 que tentava recolocar no cenário algumas coisas da MP 905 que foi derrotada no Congresso, como a questão da redução de salário das classe trabalhadora, ao passo que defendia que o auxílio emergencial e combate ao coronavírus fosse apenas de r$ 200 reais para as trabalhadoras e trabalhadores enfrentar a crise. Não fosse a ação vigorosa da CUT junto com as demais centrais que defendiam o projeto de renda básica, o Congresso não instituiria o Auxílio de R$ 600 reais e R$ 1200 para as mulheres chefe de família. Além de transformar os alimentos da Agricultura Familiar cesta básica para entregar para as famílias de estudantes de baixa renda. O que é importante frisar Bolsonaro era contra!

Nesse período diversas categorias se mobilizaram para construir protocolos e negociação para o trabalho durante a quarentena. Sempre ressaltando que não, estávamos voltando atrás com relação a teletrabalho, mas fazendo uma flexão em defesa da vida e dos empregos, foi assim com a categoria bancária, em que a CONTRAF-CUT BRASIL fez as negociações da construção de acordo de enfrentamento ao coronavírus. A partir de desse “novo normal” a vida se transformou e passou a ser quase que 100 por cento on-line onde a tecnologia permitisse. Claro muitos setores, em especial da produção tiveram que se organizar para poder garantir a chegada de alimentos as mesas das trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade. Por isso o movimento sindical foi importantíssimo para que acompanhássemos e denunciássemos os desmandos que em nome do lucro e da ganancia colocavam a vida das trabalhadoras e trabalhadores em risco. A começar pela discussão filosófica com os negacionistas seguidores do de Bolsonaro, que afirmavam se tratar de “uma gripinha”, que infelizmente já atingiu 160.000 mil mortes no País. Principalmente por que a política de combate ao coronavírus por parte do governo central foi desastrosa, desencontrada, pois ao mesmo tempo que o ministro da saúde defendia a quarentena e isolamento social, o presidente de forma irresponsável descumpria, não usando máscara, realizando agendas que aglomeravam se em torno de si e, também com a indicação de tratamentos que não tinham validação científica nenhuma.

Uma das poucas lições que se tira desse período é que se tem alguma coisa que funciona no Brasil, é o Sistema Único de Saúde, o SUS, mesmo com o descaso e as constantes tentativas de desmonte que ele sofre. Pois muitos países que não possuem um serviço de saúde conforme o nosso SUS, tiveram muitas mortes em decorrência do Coronavírus. No Brasil, o SUS só não foi mais eficiente, por que a postura política de Bolsonaro jogou na contramão da ciência dificultando o trabalho das autoridades sanitárias e do próprio sistema. Muitos defensores do seu desmonte voltaram a atrás e reconheceram a importância do Sistema Único de Saúde no Brasil.

Buscando reforçar a Unidade do movimento sindical através das Centrais Sindicais, que tem uma atuação conjunta em várias frentes, dentre elas através do Fórum de Promoção da Liberdade Sindical em conjunto com o Ministério Público, também na reunião ordinária que as centrais realizam e por fim através atuação conjunta dentro dos Conselhos que as Centrais tem acentos dentre eles do Trabalho, da Saúde, da Mulher, da Politica de Combate ao Racismo, dentre outros, inclusive muitos nos municípios; Isso fez com que houvesse a promoção de grandes Conferências e reuniões onde reivindicamos juntos as autoridades governamentais e sanitárias medidas de combate ao coronavírus no Estado do Paraná e em seus municípios.

Estivemos reunidos por mais de uma vez com o Governador do Estado e com autoridades sanitárias a partir da Secretaria de Saúde , que infelizmente não nos deu ouvidos e só tocou em frente a pauta de afrouxamento do isolamento social, não nos atendeu de imediato quando solicitamos a criação de um Comitê tripartite para Salvar vidas, emprego e renda das trabalhadoras e trabalhadores, indo no sentido de privilegiar somente aqueles que queriam a manutenção do lucro ao invés da proteção da vida. Por pressão conseguimos através de decreto 5.508 a instituição de Comitê de Combate ao Coronavírus, mas que efetivamente só saiu do papel, mas não está operacionalizando nada em termo de passar pela pandemia, que ainda não acabou. Mas não foi falta de iniciativa, tivemos diversos momentos onde as centrais reuniram suas bases de federações e sindicatos, para traçar diagnósticos e oferecer protocolos de enfrentamentos da pandemia com orientações as trabalhadoras e trabalhadores, que buscávamos com que os patrões e o governo também seguissem. E essas iniciativas não foram poucas, fizemos no âmbito do Ministério Público duas videoconferências que reuniram milhares de visualizações, fizemos diversas audiências públicas nas Assembleia Legislativa públicas virtuais, de defesa do emprego no caso da Renault, e também nas questões sanitárias.

A nova realidade que vivemos nos levou a levar praticamente tudo para o mundo virtual, como dissemos, videoconferências, seminários, encontros e eleições tiveram que ser realizadas virtualmente como foi a do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, que fora a principio adiada, mas com a extensão do isolamento, optou-se por fazê-la de forma virtual. E o momento diferente fez com a participação fosse acima da média, dando legitimidade ao processo eleitoral dos Bancários de Curitiba e região, E outras também seguiram o mesmo processo, como congressos Virtuais, campanhas e assembleias virtuais. Algumas em função das condições tiveram que esperar, mas foram realizadas presencialmente, com todos os cuidados, como as Eleições da Construção Civil.

Também realizamos com sucesso nosso 1º de maio da CUT que foi unificado com 09 das 10 Centrais Sindicais do Paraná, com mais de 18.500 mil visualizações pelas redes sociais, trazendo a questão da pandemia e a organização do trabalhadoras e trabalhadores, com atividades Culturais, serviços dos sindicatos com relação a solidariedade e atendimento as comunidades que estão sendo oferecidos pela entidades no combate ao Coronavírus. O evento demonstrou uma grande unidade política das centrais em um momento político totalmente adverso na sociedade, onde prevalece a ganancia dos patrões, pois conseguiu fazer uma importante discussão sobre o papel do Estado, defesa do SUS e dos Serviços Públicos.

No aspecto da Comunicação tivemos que nos reinventar para nos mantermos em contato com a nossa base que são as federações, sindicatos e a oposições CUTistas. Para isso aprimoramos nossas redes sociais, aderimos a outras como nossa página do Instagram e criamos um importante instrumento de dialogo e comunicação sobre os temas referentes ao mundo do trabalho que é o programa QUARTA SINDICAL, programa construído em parceria com o jornal Brasil de Fato e que se consolidou num horário diferente, sempre as quartas feira, as 11:30 e que tem entre todas as mídias nos dado uma média de visualizações superior a 2000 visualizações por programa. Com diversas entidades nos acompanhando e compartilhando, já instituímos inclusive uma busca por programa onde as pessoas perguntam: “Vamos fazer um programa Quarta Sindical sobre determinado tema?”

Como dissemos, muitas das coisas que aconteceram esse ano estão descritas na linha de tempo nas redes sociais da CUT Paraná e também na minha página pessoal e das dos demais dirigentes que as utilizam para deixar nossas bases informadas.

A CUT passou por esses momentos todos e através de suas direções e das suas regionais esteve atenta a todas as lutas, mobilizações e reinvindicações das nossas entidades, sempre procurando dar a atenção devida e também o espaço de divulgação necessário para que as demandas fossem atendidas. Como no caso de estar acompanhando de perto as candidaturas ligadas ao movimento sindical, mais propriamente dita as candidaturas ligadas as nossas entidades. E como forma de contribuir constituiu comitês virtuais em diversas cidades do Estado, incluindo Curitiba e também torna pública nesse inicio de novembro para que as candidatas e candidatos ligados ai movimento sindical conheçam e se envolvam com a Plataforma da Classe Trabalhadora para as Eleições de 2020. Sabemos que o cenário das eleições municipais são fundamentais para que o movimento sindical, suas candidatas e candidatos polemizem os temas nacionais, pois para além da politica das cidades que todas e todos estão atentos, é necessário focar no cenário da resistência, da defesa da Vida, na defesa dos empregos, da renda e dos direitos históricos da classe trabalhadora que estão sendo atacados, mas principalmente é necessário lembra também que é imperativo defender a democracia e combater a tentativa fascista incluir um governo que excluir a classe trabalhadora de pensar e participar da construção de uma sociedade mais justa, fraterna, igual, solidaria que atenda a todas e todos e não somente o deus mercado.

Por isso essas eleições municipais precisam nacionalizar alguns temas e debates importantes, como a defesa das estatais, dos bancos públicos que ainda restam, a defesa do SUS, dos serviços e das servidoras e servidores públicos que se contrapõem frontalmente a esta nefasta reforma administrativa que se tenta colocar goela abaixo. Por isso resistiremos com todas as forças da nossa organização, assim como já resistimos o quanto podemos as reformas trabalhistas e da previdência e não deixamos que elas fossem implementadas das formas que as queriam, pois seriam extremamente ruins para a classe trabalhadora.

Finalizando o balanço e as perspectivas desse primeiro ano a frente da Gestão da CUT/2019-2023, iniciamos o restante da caminhada esperando sempre poder fazer com a trabalhadoras, nossas federações e sindicatos o bom debate e os diálogos que nos unifiquem para resistir nesses tempos de dificuldades que ainda teremos pela frente e somente com unidade de classe conseguiremos resistir. Vamos em frente.