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Artigo

Racismo institucional está por trás da ação policial que tirou a vida Ngange Mbaye

Publicado: 16 Abril, 2025 - 00h00 | Última modificação: 16 Abril, 2025 - 17h09

O ambulante Ngange Mbaye, de 34 anos, morreu após ser baleado por um policial militar durante uma operação, onde tentaram apreender suas mercadorias, no Brás, em São Paulo, na última sexta-feira, 11 de abril.

A morte de Mbaye ocorreu em um contexto de repressão e se soma a um histórico sistemático de repressão racista, configurando uma expressão do padrão de violência institucionalizada inserida na realidade do aumento da letalidade policial que o estado de São Paulo vem adotando, desde o início da gestão atual, sob o comando do governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos.

O racismo está por trás da ação policial que tirou a vida de Ngange. Esse assassinato reacendeu denúncias de violência policial contra migrantes africanos no Brasil. O caso gerou protestos no Brasil e no Senegal.  A Organização das Nações Unidas (ONU) já havia alertado, em 2022, sobre a violência contra imigrantes africanos no Brasil.

Após o assassinato de Ngange, cerca de 66 entidades encaminharam um comunicado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA).

As organizações, entre elas movimentos negros, coletivos de familiares de vítimas da violência policial e entidades de defesa dos direitos humanos, relatam o caso de Ngange Mbaye e pedem que a denúncia formalizada em dezembro de 2024 sobre a violência policial contra imigrantes seja analisada com urgência.

Nós da CUT atuamos na defesa dos direitos dos trabalhadores imigrantes e contra o racismo. Defendemos os direitos dos trabalhadores migrantes, de todas as nacionalidades, como a livre circulação e a preservação dos direitos humanos, o que inclui a busca de melhores condições de vida.

O racismo contamina toda a sociedade e acaba direcionando a violência policial à população negra, seja ela nacional ou imigrante. O elo em comum em relação às populações que sofrem com a violência policial é pertencer a grupos discriminados e criminalizados por raça, origem ou etnia.

Precisamos lutar pela mudança na cultura da polícia. Os direitos humanos precisam fazer parte da formação para que vidas sejam preservadas, assim como o corpo negro precisa deixar de ser apontado como alvo de violência.

CUT apoia manifestações

Após o assassinato, centenas de imigrantes senegaleses saíram às ruas para protestar. O ato terminou com a Polícia Militar reprimindo os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.

A CUT se soma às manifestações dos movimentos negros, sociais e entidades que defendem o direito dos migrantes. Exigimos justiça por Ngange Mbaye!