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Artigo

Seguiremos denunciando e lutando contra o racismo

Publicado: 12 Agosto, 2021 - 00h00

O cidadão negro Luiz Carlos da Silva, 56 anos de idade, foi falsamente acusado pelos seguranças de estar praticando furto e foi obrigado a se despir para provar que não portava nenhum produto do mercado Assaí da unidade de Limeira, no interior de São Paulo.

Luiz Carlos tinha ido ao supermercado para pesquisar preços e acabou optando por não comprar nada. Na saída, foi abordado pelos funcionários do local. Um vídeo gravado mostra a vítima sem parte das roupas e cercado por ao menos 2 funcionários da empresa.

A rede atacadista demitiu o funcionário que o abordou e o segurança de uma empresa terceirizada, que também estava na abordagem, foi afastado da operação do supermercado.

A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo comunicou que abriu um processo administrativo para investigar o caso. A investigação do estado será feita pela Comissão Especial - Discriminação.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito para apurar o caso. A Promotoria de Justiça de Limeira considerou o tratamento ao cliente discriminatório, desumano e degradante.

Mesmo com as provas em vídeo, essa ocorrência foi registrada na polícia como constrangimento, com a alegação de que não há provas de injúria racial contra os funcionários. Em nota, a Polícia Civil disse que a natureza da ocorrência foi tipificada com as informações passadas no momento do registro e que pode ser alterada no decorrer das investigações.

Supermercados deveriam ser espaços democráticos de consumo, mas esse não é o primeiro episódio de racismo em lojas. Pessoas negras têm sido constantemente abordadas nos estabelecimentos e acusadas de roubo. É como se a pele negra os tornasse alvo de suspeição.

Para mudar esse comportamento típico do racismo estrutural, esses crimes precisam ser devidamente tipificados. É preciso endurecer as leis, assim como aumentar a conscientização sobre o racismo.

Nós da CUT, seguiremos denunciando e lutando contra o racismo, pois essa é uma ação imprescindível na luta da classe trabalhadora.