Seu emprego está em risco
Publicado: 25 Novembro, 2017 - 00h00
A conta do golpe já está sendo paga em prestações a perder de vista. E não por quem o defendeu, praticou ou financiou. Em sua imensa maioria, o ônus tem sido arcado de forma impactante pelo trabalhador e pela trabalhadora, cujo suor já não está mais direcionado à própria sobrevivência. Amanhã, dia 25 de novembro, completam-se duas semanas desde que o assassinato da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) se consumou, com a vigência da Reforma Trabalhista – rechaçada por todo o movimento sindical. E os impactos começaram.
Retrocessos e danos significativos já atingem a classe trabalhadora com a reforma fantasiada de “modernização” pelo governo ilegítimo. São inúmeros, e não costumam estar explícitos pelos grandes monopólios de comunicação, muito menos pelos empregadores. Pelo contrário. A defesa da reforma começa já cedinho quando se liga a TV, por exemplo, numa manipulação assustadora da realidade.
Grávidas e lactantes já podem trabalhar em locais insalubres considerados de graus “mínimos e médios”, sendo afastadas somente a pedido médico. Duas semanas atrás, a CLT impedia esse absurdo, como também determinava um período obrigatório de uma hora de almoço. Já a nova regulamentação permite a “negociação” entre empregador e empregado – quem você acha que vai ganhar essa queda de braço? As demissões se espalham em todo o País, porque as empresas já podem contratar autônomos sem vínculo empregatício, mesmo havendo continuidade na prestação de serviço e mesmo havendo relação de exclusividade. As regras anteriores, sim, protegiam o trabalhador. Já a reforma o ataca, violentamente. E citamos, aqui, apenas alguns pontos.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou nesta semana (20/11) que o desemprego entre os jovens no Brasil atingiu sua maior taxa em 27 anos. Os dados apresentados apontam que, até o fim de 2017, praticamente 30% dos jovens do País vão estar sem trabalho. Os índices brasileiros estão acima das taxas globais. Diante desse cenário, o assassinato da CLT só acelera o trabalho precário e institucionaliza a exploração, privilegiando sempre o braço mais forte (e mais rico) da queda de braço.