Todo apoio à luta popular no Egito! Fora Mubarak e seus provocadores assassinos!
Publicado: 03 Fevereiro, 2011 - 00h00 | Última modificação: 18 Setembro, 2014 - 16h44
A revolução que começou na Tunísia, expulsando o ditador Ben Ali e que continua, inspirou diretamente o levante da juventude, trabalhadores e povo do Egito contra o regime dirigido por Hosni Mubarak que desde sua ascensão ao poder governa o país de 80 milhões de habitantes com um “estado de exceção” que já dura 30 anos.
O regime de Mubarak tem sido o principal aliado dos sucessivos governos dos EUA na região do Oriente Médio e norte da África, tendo sido cúmplice do Estado de Israel inclusive no bloqueio econômico da Faixa de Gaza, portanto no isolamento do povo palestino.
Assim quando enormes manifestações populares exigem o fim da tirania de Mubarak é todo o dispositivo do imperialismo no Oriente Médio, que inclui o Estado de Israel, é que é colocado em questão.
Como na Tunísia, as mobilizações revolucionárias em nada são um “fenômeno próprio ao mundo árabe”, ou como pretendem alguns interessados em manter o status-quo, não tem como motor um pretenso “fundamentalismo islâmico”. São povos que se levantam contra os efeitos da crise mundial do capitalismo em seus países – desemprego em massa, alta de preços de alimentos e bens básicos – e exigem liberdade, democracia e soberania nacional.
A violenta repressão do regime egípcio já provocou mais de 300 mortos e milhares de feridos. O governo chegou a libertar presos comuns para jogá-los contra os manifestantes – o que a imprensa ocidental chama de conflitos entre os “a favor” e “contra” o governo – ao lado de policiais à paisana e gente paga para dissolver manifestações.
Na base da mobilização das massas egípcias está a recusa em continuar pagando os custos da crise com as políticas ditadas pelas grandes potências – Estados Unidos e União Européia – e pregada pelo FMI com seu cortejo de privatizações, desemprego, miséria e repressão, aplicada servilmente pelo regime de Murabak que recebe anualmente 1,3 bilhões dos EUA como ajuda “estratégica”.
Dez dias de mobiilização ininterrupta, apesar da repressão e das hordas de provocadores organizados por Mubarak , começa a fazer ruir esse regime. As massas ignoram o toque de recolher e não saem das ruas; as primeiras cenas de confraternização de soldados do Exército com o povo aparecem, comitês populares asseguram a defesa dos cidadãos contra vândalos a serviço do governo. Nas ruas do Cairo, Assuã, Alexandria e outras cidades, as massas rejeitam propostas de “diálogo” com o atual governo e querem tomar em suas próprias mãos o destino do país, discutindo a convocação de uma Assembléia constituinte após a saída do poder de Mubarak e seus asseclas.
No bojo deste movimento, os sindicatos independentes se articulam numa nova central sindical (pois a “oficial” é controlada pelo governo – marcando a presença da classe trabalhadora organizada nesta luta de todo o povo. Uma reunião realizada na Praça Tahir, em 30 de janeiro, lançou a convocatória da greve geral em 1º de fevereiro, dia em que um milhão de egípcios reafirmaram nas ruas “Fora Mubarak”.
O preço do barril de petróleo disparou (o canal de Suez, em território egípcio, é uma importante rota petroleira), as bolsas caíram, e, como na Tunísia, a agência de notificação Moody’s e Standart & Poor’s) abaixou a nota do Egito.
Dias difíceis virão, mas os EUA continuarão a ser parceiros do Egito", declarou Obama que busca, com ou sem Mubarak, preservar o regime que, nas ruas, o povo afirma querer varrer.
A CUT e o movimento sindical internacional estão chamados a tomar posição, como vêm fazendo, contra a permanência do assassino Mubarak no poder e em apoio aos trabalhadores e o povo de Egito na sua luta por democracia, justiça social e soberania nacional.
Por isso a CUT se fará presente, e convidamos os sindicatos cutistas a também participarem, em todos as manifestações em apoio à luta do povo do Egito que se realizam no Brasil, como o ato que se dá em 4 de fevereiro em São Paulo.