XVII Encontro Nacional de Formação da CUT: Momento ímpar de aprofundamento das reflexões sobre os Desafios da CUT e da Formação Si
Publicado: 17 Novembro, 2011 - 00h00 | Última modificação: 15 Maio, 2015 - 13h12
Nos próximos dias 22 a 25 de novembro estaremos realizando na Escola Sindical Sul da CUT, em Florianópolis/SC, o XVII Encontro Nacional de Formação – ENAFOR. Tal encontro, na conjuntura atual, reveste-se de grande importância já que estamos em um cenário de aprofundamento da disputa em torno de um novo padrão de desenvolvimento sustentável para o país, bem como de uma nova estrutura sindical, consubstanciada no princípio da liberdade e autonomia sindicais.
Durante a realização da 13ª Plenária Nacional da CUT no último mês de outubro, construímos um grande consenso sobre a compreensão de que os trabalhadores/as não são os responsáveis pela crise que ainda assombra o mundo e que o seu enfrentamento passa pela implantação de políticas que privilegiem a geração de emprego e a distribuição de renda, aprofundem o processo de inclusão social e a participação popular como condição para se avançar no questionamento à estratégia atual de acumulação capitalista e criemos as condições necessárias à sua superação.
Por outro lado, identificamos também a necessidade de avançarmos no processo de atualização do projeto político organizativo da CUT, deliberando sobre diretrizes que indicam o que deve ser um sindicato cutista, a concepção de ramo, o papel das CUTs Estaduais e desafios para se avançar em processos de negociação e contratação coletiva na perspectiva do Sistema Democrático de Relações de Trabalho propugnado pela nossa Central.
Para nós, são premissas fundantes do processo de disputa de hegemonia em curso na sociedade, para o qual não há dúvidas de que necessitamos estar cada vez mais preparados, dada a exigência de intervenções cada vez mais qualificada, característica da presença da CUT em todos os espaços institucionais e do âmbito das relações capital e trabalho.
Por esta razão, a formação sindical, que desde o 2º CONCUT (1986) vem se colocando como uma política estratégica no processo de fortalecimento da CUT, tem a tarefa de possibilitar aos dirigentes, lideranças e assessorias sindicais processos formativos consistentes que dialoguem com os desafios e prioridades da Central em seus diferentes âmbitos, de tal forma que os qualifiquem para os grandes embates políticos e ideológicos que estão na base da agenda atual no campo macroeconômico, das políticas públicas, das relações de trabalho e em torno do papel e tamanho do Estado para exercer seu papel de indutor do desenvolvimento e promotor da cidadania.
Nos últimos anos, avançamos significativamente no desenvolvimento de uma estratégia formativa nesta perspectiva, com maior comprometimento das direções sindicais, não apenas na viabilização das condições para que ações formativas aconteçam, mas também, no processo de definições das suas diretrizes e formas de execução. Não por acaso, nos anos de 2009, 2010 e 2011, mais de 6 mil dirigentes passaram por processos formativos no âmbito da Rede Nacional de Formação.
Em quase todos dos 27 Estados da Federação temos coletivos de formação em pleno funcionamento. Contamos com uma rede de aproximadamente 500 dirigentes/militantes educadores, fundamentais no processo de ampliação da cobertura da formação sindical em todo território nacional.
Estamos em um processo contínuo de reorganização das nossas Escolas Sindicais, em todas as regiões, para que as mesmas possam exercer cada vez mais o seu papel como espaço de formação de quadros dirigentes, tão necessários para os avanços do nosso projeto político-sindical. Os programas em execução na Rede quais sejam: Organização e Representação Sindical de Base; Negociação e Contratação Coletiva; Desenvolvimento Políticas Públicas e Ação Regional, Política e Sindicalismo Internacionais e Formação de Formadores, vêm sendo fundamentais tanto no fortalecimento da identidade político-metodológica da Política Nacional de Formação da CUT - PNF, quanto na maior aproximação com as demandas das demais políticas da CUT e dos sindicatos de base da nossa Central. São inúmeros os depoimentos de dirigentes e lideranças sindicais, de quem a CUT chegou, na sua região através da formação sindical, o que denota a relação da estratégia atual da Política Nacional de Formação com o desafio de interiorização das ações da CUT em todos os Estados.
São algumas das dimensões da atual estratégia da PNF/CUT que queremos debater, aprofundar e reformular, tendo em vista a garantia da sua efetiva organicidade. Pautamos-nos pela compreensão de que o princípio da indelegabilidade da formação sindical impõe o desafio permanente do diálogo aberto, franco e solidário entre as instâncias, para que a sua execução e sustentabilidade se dê com base na noção de responsabilidade compartilhada. Por isso, avaliamos extremamente importante a participação de todos/as Secretários/as de Formação das CUTs Estaduais e dos Ramos, bem como dos/as dirigentes responsáveis pela gestão das Escolas Sindicais, educadores/as, dirigentes que participam dos coletivos estaduais, dirigentes da Executiva e/ou assessorias da CUT Nacional, para que o resultado do XVII ENAFOR, de fato, represente significativos avanços na formulação de uma estratégia consistente para a Política Nacional de Formação, que a consolide cada vez mais como espaço de educação política e ideológica para os trabalhadores e trabalhadoras que se identificam com o Projeto Político e Sindical da CUT dos meios urbano e rural. Pois, cada vez mais “juntos somos fortes, somos CUT”.