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Princípios Formativos

Bem-vindes! Conheça nossos princípios formativos

Todas e todos secretários de Formação da CUT reunidos na 4ª Conferência Nacional de Formação

O Estatuto e as resoluções dos Congressos da CUT são referenciais permanentes da nossa formação.

A concepção classista da sociedade e a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora são nosso eixo central.

A formação da CUT busca, permanentemente, a construção de conhecimentos teóricos e práticos como ferramentas fundamentais para os trabalhadores e trabalhadoras pensarem a realidade em que vivem de forma crítica e implementarem as lutas específicas por melhores condições de vida e trabalho combinada com o projeto político de transformação da sociedade capitalista.

A reflexão sobre a história da luta de classes no mundo deve ser a principal fonte de saber para o entendimento da realidade e as perspectivas futuras da luta dos trabalhadores. Desta forma, o conhecimento e o estudo do capitalismo e do socialismo devem ser preocupações permanentes da formação da CUT.

A formação deve desenvolver o respeito às decisões coletivas, à combatividade e à importância da organização para o alcance dos objetivos da classe trabalhadora.

A Formação da CUT busca a capacitação dos trabalhadores para o processo de luta de classes em todos os níveis, particularmente para a necessidade de consolidação e avanço do sindicalismo classista, democrático e de luta representado pela CUT. Assim deve aprofundar a reflexão sobre os prejuízos que o sindicalismo fascistas, de conciliação e colaboração de classe, trouxeram e trazem para a organização independente dos trabalhadores e a necessidade de implantação da liberdade e autonomia sindical.

 A formação da CUT deve capacitar os dirigentes para uma administração sindical que coloque em prática esta concepção, onde se privilegia a organização de base, a participação democrática e se implementa a luta pelos interesses imediatos combinada com as lutas pelos interesses históricos dos trabalhadores, assegurando a autonomia do sindicato e da Central em relação ao governo e aos partidos políticos.

A formação da CUT deve dotar os dirigentes sindicais do instrumental de análise necessário ao entendimento das mudanças de conjuntura e da evolução do capitalismo, de modo a permitir a ação adequada que cada situação exige na dinâmica da luta de classe.

A metodologia de formação da CUT deve ser tratada como elemento essencial do processo de formação. A metodologia de formação, para os trabalhadores, parte do princípio que a teoria nasce da prática (atual e acumulada ao longo da história das lutas, a nível nacional e internacional), devendo ser usada, portanto, como ferramenta de análise.

A metodologia deve se orientar por uma linha onde os participantes são sujeitos do processo, desenvolvendo o raciocínio, permitindo o aprendizado coletivo das experiências e envolvendo o “processo de criação e recriação do conhecimento”. A prática resulta numa teoria que é aplicada a uma nova prática melhorada. Com esta visão, superamos a concepção que afirma que somente a prática e a luta são instrumentos de formação, bem como a que procura passar a ideia de que basta a teoria e a adequação da prática e da realidade à teoria estabelecida. A formação deve colocar a perspectiva de eliminar a separação entre os que planejam e os que executam.

A formação deve ser encarada como atividade permanente na vida de um militante exigindo uma postura constante de indagação, crítica, tomada de posições, ação e avaliação. Assim, a CUT, os sindicatos e as associações devem encarar a formação integrada e combinada com todas as demais ações.

A partir desses pontos sistematizados

os princípios da Política Nacional de Formação da CUT, foram sistematizados nos itens a seguir:

Classista e de massas

A formação da CUT é voltada para despertar a consciência crítica da classe trabalhadora e a percepção da importância da unidade para a luta. Tem como meta atingir todos os sindicatos, ramos e Macrossetores da CUT com o objetivo de articular as dimensões do cotidiano do local de trabalho com as demandas de classe. Nesse sentido é que toda ação formativa da CUT deve considerar a perspectiva histórica dos trabalhadores e trabalhadoras, a superação das relações capitalistas no âmbito do trabalho e da sociedade.

Democrática, plural e unitária

A formação deve estimular o debate entre as diversas correntes de opinião presentes no interior do movimento sindical CUTista, criando condições para que as diferentes concepções aflorem, conheçam-se, confrontem-se e busquem, a partir dos princípios do projeto estratégico da Central, definir ações unificadas e que fortaleçam a identidade de classe. Além disto, a identidade política e metodológica da PNF/CUT se constrói, nos percursos formativos, a partir da incorporação das diversidades regionais, com o objetivo de captar o movimento vivo dos agentes políticos e sociais e reafirmar o compromisso da CUT com a “defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, a luta por melhores condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira em direção à democracia e ao socialismo” (CUT, 2014).

Indelegável

A formação é uma política permanente da CUT, vinculada ao seu projeto político e organizativo. Sendo assim, a Política Nacional de Formação se referência nas resoluções aprovadas nas instâncias decisórias da CUT, a saber: Congressos, Plenárias, Direção e Executiva da Direção, além dos espaços da formação como Conferência, Encontro Nacional de Formação e Coletivo Nacional de Formação. A sua formulação, execução e sustentação financeira são de responsabilidade das entidades, fóruns e instâncias da Central. A indelegabilidade é constituída como identidade patrimônio da CUT, portanto de sua exclusiva responsabilidade. A Formação dos trabalhadores(as) que se identificam com o projeto estratégico da CUT é de responsabilidade das próprias instâncias da Central.

Contra as discriminações

A formação deve ser um instrumento objetivo de luta por mudanças de comportamentos que reproduzam visões e práticas de exclusão e discriminação nas relações sociais, sejam elas relativas às questões de gênero, étnico-raciais, geracional ou em relação às pessoas com deficiência e às diversidades das orientações sexuais, ideológicas e religiosas. Deve, portanto, valorizar e incentivar a solidariedade, a integração social e a luta pela igualdade e equidade de direitos e o respeito a todos sem distinções. Somente pela incorporação desses valores é que a classe trabalhadora pode efetivamente ser portadora de uma nova ética.

Integralidade do Ser Humano

A integralidade do ser humano em suas múltiplas dimensões: política, cultural, histórica e social contrapõe-se à perspectiva alienante que transforma a classe trabalhadora em mera mercadoria e força de trabalho. Portanto, o resgate da integralidade do sujeito trabalhador/a, na perspectiva da plena formação humana, tem valor estratégico para a humanização das relações sociais, permeadas pela solidariedade, ética e criticidade necessárias à ampliação das visões de mundo para uma práxis emancipadora. Trata-se da possibilidade dos trabalhadores e trabalhadoras reconhecerem-se como produtores da riqueza social e, portanto, como sujeitos históricos.

Construção coletiva do conhecimento

É o princípio de que a sistematização é a reflexão da prática e fonte para a construção de novos conhecimentos. Nesse sentido surge a necessidade de consolidar a identidade política e metodológica da PNF, através de mecanismos de sistematização que possibilitem identificar os limites, avanços e impactos da formação junto aos trabalhadores/as e às instâncias da Central.

Unificada e Descentralizada

A formação CUTista é uma política unificada quanto a sua concepção, objetivos, prioridades e estratégias de implantação. A partir de uma gestão coletiva e nacionalmente articulada, é descentralizada quanto a sua elaboração e implementação, considerando as especificidades de cada região e estados e dos ramos e Macrossetores organizados na CUT. Ao ser considerada unificada e descentralizada surge uma forte características que é a atuação em Rede como forma de alcance nacional da formação sindical cutista

Dimensões Política, Ideológica e Técnica

Com o objetivo de qualificar os trabalhadores e trabalhadoras, a formação da CUT deve valorizar e buscar articular as dimensões política, ideológica e técnica do conhecimento. Assim, a formação CUTista busca superar a separação histórica entre a ação de executar e a ação de pensar, dirigir oua planejar, decorrentes da divisão social no capitalismo. Ressaltamos que na concepção metodológica dialética, o conhecimento não é compreendido como algo neutro, isto é, se insere como elemento na disputa entre as classes sociais antagônicas. Portanto, todo conteúdo técnico é compreendido como uma ferramenta política das classes em disputa, mas também contém elementos universais, resultantes da síntese de múltiplas determinações, que conformam os conhecimentos historicamente acumulados. Ao tomarmos esses conhecimentos de forma contextualizada em seus aspectos contraditórios, buscamos explicitar sua dimensão político-histórica, fruto das relações sociais produzidas por homens e mulheres na produção da sua existência.

Insere-se, portanto, nos condicionantes políticos e culturais de valorização dos trabalhadores como cidadãos plenos, e na disputa pelo direito à mais ampla e profunda educação, baseada no saber historicamente acumulado pela humanidade e conjugado com a mais alta técnica.

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