1° de maio de 2022 será histórico no Pacaembu, diz presidente da CUT-SP
Celebração do Dia Internacional do Trabalhador será de diálogo com a população sobre a urgência em eleger um governo progressista, de olhar voltado à classe trabalhadora. Ato unificado das centrais será em SP
Publicado: 26 Abril, 2022 - 15h33 | Última modificação: 26 Abril, 2022 - 16h25
Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Marize Muniz
A Praça Charles Muller (Pacaembu), em São Paulo, palco de momentos históricos como o primeiro grande comício pelas Diretas Já!, em 1983, que reuniu lideranças políticas como os ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e milhares de pessoas, ainda durante a ditadura militar, será palco este ano de outro grande evento que também vai lutar por democracia: o 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras.
Trinta e sete anos após o fim da ditadura, o país tem um governo autoritário, fascista, que aplaude a tortura e flerta com o golpismo para se manter no poder. A luta por democracia, dizem os sindicalistas, voltou a ser a bandeira prioritária da classe trabalhadora e, por isso, este 1° de Maio no Pacaembu será histórico
Além de levar as reivindicações dos trabalhadores às ruas, depois de dois anos de isolamento social por causa da pandemia, o 1° de Maio também terá a função de dialogar com a população sobre a realidade atual e a necessidade de recolocar o país no rumo do desenvolvimento, com emprego decente, justiça social e distribuição de renda. A afirmação é do presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, que faz parte da organização do ato que será realizado na capital paulista.
“É um ano importante em que teremos as eleições e um momento para dialogar ainda mais com o conjunto da classe trabalhadora e esse diálogo se dá, em particular, pelo debate do processo eleitoral porque é pela política que definiremos o futuro”, diz o dirigente.
Ele explica que, assim como em 1984, quando, após o comício do ano anterior, a campanha pelas Diretas Já! ganhou corpo e mobilizou a população para lutar pela reorganização política do país, este momento exige que povo brasileiro derrote nas urnas o atual governo e eleja um projeto que seja voltado às questões sociais e trabalhistas.
“Vamos decidir que país queremos, se um país triste, de desempregados, desalentados, de miseráveis e com um governo que não aponta para soluções para os trabalhadores ou se damos um rumo e recolocamos o Brasil nos trilhos do desenvolvimento com geração de emprego e renda”, ele diz
O 1° de maio será um dia para dialogar e dar esperança para o povo não continuar essa situação
A esperança
A esperança, explicam os dirigentes, é por um governo que combata a disparada da inflação, que vem batendo recordes em especial por causa dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o desemprego e coloque em prática uma política econômica que atenue a tragédia vivida diariamente pelos brasileiros mais pobres, que não têm um salário no fim do mês ou uma renda que garanta a sobrevivência.
Douglas Izzo ressalta que se trata do sentimento de união de grande parte da sociedade em torno de um projeto que, conforme mostrou a história recente, é a saída para os problemas vividos hoje em dia, diz ao comparar as políticas dos governos democráticos e populares do PT, como a valorização do salário mínimo, com as dos governos pós-golpe de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), que acabaram com os direitos trabalhistas (reforma de Temer, aprovada em 2017) e enterraram o aumento real do salário mínimo e o sonho da casa própria (redução de recursos só aumenta) e da aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras (reforma de Bolsonaro, em 2019).
“Para nós, o projeto de retomar o desenvolvimento do Brasil está na candidatura de Lula. Entendemos que é o projeto que vai superar as dificuldades que vieram com o golpe”, diz Douglas.
Paralelamente, ele lembra, as centrais aprovaram a Pauta Da Classe Trabalhadora, uma plataforma para as eleições em que estão as principais propostas para combater o momento difícil pelo qual passam os trabalhadores. A plataforma, já entregue a Lula em um encontro com sindicalistas, realizado em São Paulo, mas o documento também será entregue a outros candidatos, em especial aos que concorrem às cadeiras legislativas para que se comprometam com as necessidades dos trabalhadores.
“É importante elegermos deputados estaduais e federais e senadores que estejam em sintonia com as nossas pautas. Um congresso progressista será fundamental para que o futuro governo consiga trabalhar pela classe trabalhadora”, pontua Douglas Izzo.
Ato unificado
O 1° de Maio em São Paulo também será histórico por ser unificado com a participação das centrais sindicais Força Sindical, CTB, UGT, NCST, Intersindical - Central da Classe Trabalhadora, e Pública, de movimentos sociais e partidos políticos do campo progressistas.
“É fundamental a unidade das centrais para ganharmos essa batalha e não só no 1° de Maio, mas em todas as nossas ações para enfrentar os ataques de governos e dos patrões aos nossos direito”, diz o presidente da CUT São Paulo.
O ato em São Paulo começa às 10h com atrações artísticas. Para às 13h está previsto o ato político e inter-religioso com lideranças da CUT e demais centras e de movimentos sociais, além, personalidades do meio político, acadêmico e artístico.
Após as 15h, no palco estarão Daniela Mercury, Leci Brandão, Francisco El Hombre e Dj KL Jay com shows especiais. Durante todo o dia, tanto nas intervenções políticas como nas artísticas, a mensagem para o trabalhador será de conscientização.
“O 1° de Maio será um deia de reflexão e luta, uma data para a defesa dos direitos e da vida”, finaliza Douglas Izzo.
Atos em outras cidades
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