Escrito por: Isaías Dalle

1º de Maio descentralizado e multicultural

Marca histórica da CUT, atos em diferentes cidades celebram as raízes do Brasil

Emmanuela Nunes
Em João Pessoa, luta, repente e churrasco

Uma das marcas históricas do 1º de Maio da CUT é o fato de as celebrações e mobilizações acontecerem em diversas cidades do Brasil. Algumas reunindo grande público – como as 100 mil pessoas que participaram em São Paulo – e outras com concentrações menores, mas todas em sintonia com o espírito de que a luta dos trabalhadores e trabalhadoras deve se dar em todos os espaços e com as características culturais de cada local.

Como em João Pessoa, onde 5 mil militantes percorreram as ruas da capital paraibana acompanhadas por repentistas e servidas, ao final, com uma suculenta feijoada. No Rio, samba na Lapa e protesto durante a final Botafogo e Vasco. Em São Paulo, shows de estilos que variavam de Martinho de Vila a Detonautas. Em Santa Catarina, mateada. No Recife, Festa das Lavadeiras.

O último domingo foi assim. Neste ano, em uma conjuntura bastante difícil, com as conquistas sociais e econômicas ameaçadas por um golpe orquestrado pelas elites e seus instrumentos – Judiciário, oligopólios midiáticos e parte considerável do Congresso. Por isso, as palavras de ordem do 1º de Maio 2016 foram “não ao golpe”, “fica Dilma” e “fora Temer e Cunha”, entre outras.

Participamos nosso 1º de Maio com a CTB e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem aproximadamente 60 entidades dos movimentos populares de moradia, rural, gênero, raça, estudantis, ecológicos, aposentados, indígenas, desempregados e de trabalhadores de todas as categorias.

Diferente de outra conhecida central, que não só defendeu o golpe, como convidou golpistas a participar do evento – ao qual não compareceram, provavelmente com medo de vaias. E ainda sortearam automóveis aos presentes.

Confira o balanço de algumas cidades em que a CUT e a FBP e a FPSM realizaram manifestações:

Noca da Portela comanda o samba na Lapa, Rio. Foto de Mídia Ninja

Aracaju – 1,5 mil pessoas

Belém – 2 mil pessoas

Belo Horizonte – 10 mil pessoas

Blumenau, Joinville, Laguna e Criciúma (SC) – 1 mil pessoas

Camaçari (BA) – 5 mil pessoas

Cuiabá – 1 mil pessoas

Curitiba – 500 pessoas (no dia 29, foram 25 mil manifestantes)*

Feira de Santana (BA) – 2 mil pessoas

Florianópolis – 1 mil pessoas

Fortaleza – 20 mil pessoas

Goiânia – 1 mil pessoas

Itaban (BA) – 8 mil pessoas

João Pessoa – 5 mil pessoas

Natal – 1,5 mil pessoas

Ponta Grossa – 8 mil pessoas

Porto Alegre – 10 mil pessoas

Porto Velho – 150 pessoas

Recife – 15 mil pessoas

Salvador – 30 mil pessoas

São Paulo – 100 mil pessoas

Teixeira de Freitas (BA) – 8 mil pessoas

Vitória – 2 mil pessoas

*no dia 29, os curitibanos relembraram um ano do massacre promovido pela polícia de Beto Richa (PSDB) contra educadores e estudantes.