Escrito por: Érica Aragão
Com desafios históricos, CONTAG tem unidade e fica mais democrática
Na próxima segunda-feira (13) vai começar o 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR) em Brasília. Considerado o mais desafiador nesses 53 anos de história da CONTAG, o Congresso fará um profundo debate sobre a atuação do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) levando em consideração o cenário de retrocessos nas políticas sociais e da retirada de direitos deste governo ilegítimo de Michel Temer e de seus aliados que representam o mercado financeiro e a elite deste país.
Com o tema “Levantar as bandeiras de luta e fortalecer a organização sindical da agricultura familiar”, os delegados e as delegadas do 12º Congresso da CONTAG elegerá, com paridade de gênero, a nova diretoria e definirão os rumos para o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
Para o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas a conjuntura atual vai exigir organização do movimento sindical como um todo, mas a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da CONTAG em construir uma chapa única em parceria CUT/CONTAG vai contribuir muito para os enfrentamentos que a classe trabalhadora terá no próximo período.
“A CUT tem orgulho dessa parceria privilegiada com os rurais da CONTAG. Por isso, nos esforçamos para que as delegadas e os delegados dos milhares de sindicatos filiados à CUT em todo o Brasil pudessem participar e contribuir nesse processo de construção aperfeiçoamento dessa entidade histórica”, conta.
Ele destaca a conquista da implementação da paridade de gênero na direção nacional da CONTAG e reconhece a luta“das companheiras por meio da Secretaria e da Coordenação de Mulheres”.
A CONTAG teve um papel importante na luta e no fortalecimento das políticas públicas que garantiram que os trabalhadores e as trabalhadoras rurais da agricultura familiar participassem efetivamente da disputa do modelo de desenvolvimento desse país. A diretoria que será eleita no Congresso precisa continuar na unidade e na luta para continuar avançando e para barrar qualquer retirada de direito proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Confirmada a eleição da chapa única apresentada ao 12º Congresso, a CONTAG terá como presidente para o período de 2017-2021 o sertanejo do Pajeú, Aristides Santos. Ele terá pela frente um grande desafio num período de golpe de Estado administrar a maior Confederação da Agricultura Familiar do país. “A CUT e a CTB nos ajudam na forma de uma ampla base progressista e combativa que o mandato precisa construir para fortalecer a luta. A CUT em particular traz na sua história todo o processo de combatividade, a construção democrática do sindicalismo, de respeito às diferenças. Já nos ajudou no passado e nos ajudará no presente, principalmente na parte da reflexão e estudos sobre a nova realidade do campo”, afirma Aristides que atualmente é Secretário de Finanças e Administração na CONTAG.
A vice-presidenta Nacional da CUT, que também é agricultora familiar na base da CONTAG, Carmen Foro, que participa efetivamente dos momentos de luta da entidade, principalmente anos de 2005 e 2013 quando fez parte da direção executiva, disse que o 12º Congresso da CONTAG será histórico no ponto de vista político e organizativo.
Carmen Foro destaca que as delegadas e delegados terão a tarefa de definir ações estratégicas para o conjunto do movimento sindical nos próximos quatro anos , pautando na sociedade o debate sobre desenvolvimento rural para o país.. Para ela, disputar o modelo de desenvolvimento rural é primordial. “A agricultura familiar é sustentável, produz vida, gera alimento e emprego diferente do agronegócio que produz para exportação, usando venenos, destruindo as terras e as reservas naturais”.
“A agricultura familiar é responsável por 75% da produção de alimentos na mesa do povo brasileiro e temos que garantir que este seja o modelo de desenvolvimento do nosso país”, explica.
Sobre a paridade de gênero nas delegações e na direção da CONTAG que acontecerá nesse Congresso ela conta que as trabalhadoras rurais lutam desde a década de 80 para participar dos sindicatos para reivindicar igualdade na vida e no trabalho e a conquista da paridade de gênero mostra o quanto estas mulheres estão empoderadas na organização sindical. “A paridade é só um passo para a construção da igualdade, mas os desafios ainda são muitos”.
Carmen também destaca a importância da CUT nesta conquista.
“A CUT foi a primeira a aprovar a paridade e cumpre um papel de liderança política de mobilização. Ser porta-voz das ideias mais avançadas em relação a luta das mulheres no Brasil é muito significativo porque olhamos para a CUT e a enxergamos como referência para todas essas questões mais avançadas no que diz respeito à luta das mulheres brasileiras”, finaliza.
Serviço:
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