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16ª Plenária da CUT Nacional: Defesa da vida é estratégia prioritária da Central

Além do debate sobre as estratégias da CUT, as delegadas e os delegados homenagearam o sindicalista Antonio Almeida e abriu espaço para cultura nordestina durante o encontro desta sexta

Publicado: 22 Outubro, 2021 - 14h43 | Última modificação: 22 Outubro, 2021 - 14h58

Escrito por: Érica Aragão

Roberto Parizotti (Sapão)
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Debater as estratégias da CUT para o próximo período foi o tema principal das discussões do terceiro dia da 16º Plenária Nacional da CUT “Organização e Unidade para Lutar”, nesta sexta-feira (22). A defesa da vida foi incluída como bandeira prioritária da maior central sindical da América Latina.

O novo eixo estratégico da Central foi apresentado pela Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro, durante a leitura do Texto-Base da Direção Executiva Nacional “Unidos e Organizados Somos Mais Fortes”.

Para a dirigente, este é um dos mais importantes momentos da 16º Plenária e só fica atrás do Plano de Lutas da CUT, que será atualizado e apresentado no último dia do encontro, no próximo domingo (24), dos mais de 950 sindicalistas, do campo e da cidade de todo país.

“Apresentar o texto-base da direção sobre a estratégia da CUT para enfrentar esta adversidade que estamos vivendo é um honra e uma responsabilidade gigantesca”, disse Carmen Foro se referindo à pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 600 mil brasileiros.

Como ficou comprovado pela CPI da Covid, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) tivesse atuado efetivamente para controlar a maior crise sanitária do século, se não tivesse boicotado as medidas para conter a disseminação do vírus e retardado a compra de vacinas, além de fazer propaganda de medicamentos comprovadamente infecazes contra a Covid-19.

“Nós, além de incluirmos a defesa da vida como estratégia, apontamos esta pauta como prioridade, porque entendemos que a crise sanitária que o mundo passa, com a pandemia do novo coronavírus  e a ofensiva do capitalismo junto a um governo negacionista e genocida, como o de Jair Bolsonaro, impactam a precariedade da vida e tornam algumas vidas descartáveis para esse sistema”, acrescentou  a dirigente.

A defesa da vida se tornou o primeiro eixo da estratégia da Central, mas a defesa de direitos, democracia e soberania, a necessária construção das alternativas para a classe trabalhadora e o desafio da atualização do projeto organizativo da CUT são os outros três eixos do debate sobre a estratégia da Central, já aprovadas no 13º Congresso Nacional da CUT, em outubro de 2019, e que serão atualizadas no encontro. 

“Seguiremos desenvolvendo uma relação de unidade e autonomia baseadas na estratégia e nos princípios da CUT, com todas as organizações sindicais e com os movimentos sociais e populares da cidade e do campo. Nossa atuação, junto ao Fórum das Centrais, visa à consolidação de uma agenda comum e prioritária da classe trabalhadora, unidade de ação na mobilização de base, articulação institucional e fortalecimento do movimento sindical, em consonância com as deliberações da CUT”, diz trecho do texto-base apresentado.

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Grupo 4 durante os trabalhos

Depois de apresentado o texto-base, os delegados e as delegadas se dividiram em grupos para debater cada eixo e aprovar alterações e emendas apresentadas. A estratégia da CUT no cenário internacional também foi discutida.

Homenagem : Antonio Almeida, presente!

No início dos debates nesta sexta, foi feita uma homenagem a Antônio Almeida, Secretário-Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio e Serviços (Contracs-CUT) e membro da direção nacional da CUT, que morreu nesta quinta-feira (21), vítima da Covid-19.

“Consternados, enternecidos e indignados, faremos dessa mistura de sentimentos o fogo que nos aquecerá para as batalhas que enfrentamos em nosso dia a dia. Perdemos um guerreiro, mas não a fé e a esperança em uma sociedade com mais dignidade. E por ele e tantos outros que tombaram, nosso compromisso com a mudança se fortalece”, diz trecho final do vídeo que a CUT fez contando a  história e trajetória do dirigente que foi apresentado na Plenária.  

Cordel CUTista

Antonio foi também homenageado pela dupla Susana Morais e Diego Gibran que, ao vivo e direto de Recife (PE), trouxe uma injeção de força, ânimo e esperança e com música e poema em cordel, contaram a trajetória da CUT. Veja um trecho do poema:

”Neste ano completando

Os seus 38 anos

De uma forte trajetória

No cordel eu não me engano

Sua luta é registrada

Por conquistas é marcada

Ampliando os seus planos

Em defesa do humano

A luta é nossa guia

São grandes os desafios

Buscando a democracia

O movimento sindical

No momento atual

Batalha com maestria”

*Susana Morais e Diego Gibran são dirigentes do Sindicato de Bancários de Pernambuco. Susana integra o Coletivo Nacional de Mulheres da CUT. 

*Edição: Marize Muniz