19J#: De drags a indígenas, Fora Bolsonaro reúne milhares em Brasília
Vacina para todos e auxílio de R$ 600 até o fim da pandemia foram as demandas que uniram os manifestantes. Também protestaram contra o fim das demarcações, a reforma administrativa e os cortes na educação
Publicado: 19 Junho, 2021 - 14h20 | Última modificação: 19 Junho, 2021 - 14h27
Escrito por: Redação RBA
Diversos grupos se uniram em Brasília neste sábado (19) para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Com faixas, cartazes e bandeiras, os manifestantes pediam vacina no braço e comida no prato. Também lembraram as quase 500 mil vítimas da covid-19 até aqui no país. Os participantes responsabilizaram Bolsonaro e seu governo pelos parentes, colegas e amigos que foram levados pela pandemia, por conta da demora na aquisição dos imunizantes e o boicoite às medidas de isolamento.
O ato na capital federal contou com a participação de estudantes, servidores públicos, indígenas, integrantes LGBTQIA+ e lideranças políticas de partidos de oposição. A imensa maioria usava máscaras de alta proteção, buscando evitar aglomerações.
A concentração começou, por volta das 9h, em frente a Biblioteca Nacional. As dezenas de milhares de manifestantes fecharam o Eixo Monumental. Após passarem pela Esplanada dos Ministérios, eles seguiram até o Congresso Nacional.
‘Mais letal que o vírus’
“Temos um presidente que é mais letal que o vírus”, afirmou a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ). Ela destacou que o intuito do governo Bolsonaro era deixar a população se contaminar livremente com o vírus, para promover a chamada “imunidade de rebanho”. O custo dessa estratégia, no entanto, já atinge meio milhão de vítimas. Pelas redes sociais, diversos parlamentares destacaram que as manifestações, em Brasília, foram “gigantes”.
Os indígenas do Levante pela Terra, que estão na capital federal há 11 dias, protestaram contra o Projeto de Lei (PL) 490, que estabelece a tese do “marco temporal” nas demarcações. “A luta pela terra é a mãe de todas lutas”, disse Sônia Guajajara, líder indígena que foi candidata à vice-presidência, junto com Guilherme Boulos (Psol-SP), nas eleições de 2018.
Nesse sentido, servidores públicos federais também repudiaram a chamada “reforma” administrativa, que prevê o congelamento, e até redução, dos salários dos trabalhadores da administração federal. Da mesma forma, estudantes ligados à UNE também protestaram contra os cortes na Educação.Além disso, Drag queens estiveram no ato, uma delas inclusive caracterizada como a ex-presidenta Dilma Rousseff. O grupo levava um cartaz com os dizeres “O Brasil está lascado! Fora Bolsonaro!”.