Escrito por: Érica Aragão
Por todo Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, sindicalistas e militantes estão conversando desde cedo com os trabalhadores sobre os prejuízos que a reforma da Previdência de Bolsonaro representa
Antes do ato político e da agenda cultural, por volta das 9h da manhã, o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, começou a ser tomado pelos trabalhadores e trabalhadoras que vieram participar do 1º de Maio histórico da CUT e demais centrais - Força Sindical, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB e UGT.
O que levou todos ao local foi o mesmo que uniu as centrais sindicais brasileiras que, pela primeira vez na história, realizam um ato de 1º de maio conjunto contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL), que praticamente acaba com a aposentadoria de milhões de trabalhadores.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 006/2019, que está tramitando no Congresso Nacional e na próxima semana começa a ser analisada na Comissão Especial na Câmara dos Deputados, em Brasília, acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição, institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres terem direito de requerer o benefício previdenciário, aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos e praticamente acaba com aposentadorias especiais concedidas a rurais e professores.
A aposentada Paula Magalhães, que veio da Mooca, disse que todo ano vem para o ato do Dia Internacional dos Trabalhadores e não seria diferente este ano. Mesmo aposentada, ela diz que teme a reforma porque o valor do seu benefício está na mira das mudanças propostas pela equipe econômica de Bolsonaro, chefiada pelo banqueiro Paulo Guedes.
“Quero lutar pelos meus direitos e também pelo do direito dos jovens, pois se essa reforma passar eles nunca saberão o que é se aposentar”.
“A revolta”, diz ela, “é de saber que essas reformas só prejudicam os trabalhadores. Os privilegiados continuarão na mamata”.
“É igual a reforma Trabalhista”, completa Paula, “que ao invés de gerar emprego como eles disseram, só gerou desemprego. Eles não querem nosso bem não. Tenho sobrinhos e primos desempregados”.
Tendas
Tendas estão espalhadas por todo Vale com a militância e sindicalistas conversando com a população sobre os impactos da reforma na vida do povo.
Tem tenda com dirigentes e militantes da CUT, CTB e CSB, de partidos políticos como PT, PCdoB, PSOL, PSTU e da campanha sem fome do MTST.
Também tem espaços chamados Lula Livre, de outros sindicatos das centrais e do SINDSEP, que está de prontidão para coleta de assinaturas no abaixo- assinado contra a reforma da previdência de Bolsonaro.
O Marmorista José Arimatéia veio com toda família da Zona Leste e chegou já perguntando onde podia assinar o documento que ia para o Congresso Nacional, previsto para o começo de junho.
“Eu vim aqui assinar esse abaixo assinado que vai mostrar para aqueles deputados que nós brasileiros somos contra essa reforma que tira nosso direito de envelhecer com o mínimo de qualidade de vida e favorece patrões e banqueiros”, disse ele com indignação.
Um caminhão, chamado de Ponto de Encontro, está no ponto central chamado do Vale do Anhangabaú para as pessoas que se perderem. Também tem vários ambulantes vendendo alimentos, camisetas, broches, entre outros.
Além das bandeiras das centrais em frente e ao lado palco, placas contra reforma da Previdência de Bolsonaro e por Lula Livre estão espalhadas por toda região.