Escrito por: Carolina Lima, CUT-RS
Tiraram direitos da classe trabalhadora, prejudicando a aposentadoria e a pensão de milhões de brasileiros e brasileiras e querem ser governador, se reeleger ou ser deputado estadual
Eles tiraram direitos da classe trabalhadora, acabaram com o sonho da aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras e agora querem se reeleger deputados federais, ou se eleger a cargos de governadores e deputados estaduais.
Estamos falando de 21 dos 24 parlamentares do Rio Grande do Sul que votaram a favor da reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PL), alerta o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
“O povo gaúcho tem que marcar na paleta os candidatos e seus partidos que votaram contra os interesses da classe trabalhadora. Quem votou, não volta”, afirma Censi.
Dos deputados gaúchos que aprovaram regras mais rídigas para a Previdência, dois concorrem para governador, 18 disputam uma vaga para deputado federal e um tenta uma cadeira de deputado estadual. Confira abaixo o nome e o partido de cada candidato e candidata.
O levantamento foi realizado pela CUT-RS junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Congresso Nacional. A finalidade é alertar os trabalhadores e as trabalhadoras para que escolham candidatos comprometidos com a defesa dos direitos sociais e trabalhistas, evitando a eleição de políticos que se posicionam do lado das elites dominantes.
O presidente da CUT-RS ressalta que muitos candidatos e partidos de direita e de centro-direita prometem na campanha que irão proteger os direitos dos trabalhadores, mas é apenas uma jogada eleitoreira para ganhar votos. Eleitos, defendem os projetos dos grandes empresários.
“O que vale não são as promessas, nem as emendas de recursos que os deputados destinaram aos municípios, mas sim como eles votaram em projetos que envolvem direitos da classe trabalhadora, qual é a trajetória do parlamentar e quem eles apoiam”, ressalta Amarildo.
Segundo o dirigente da CUT, “ao refrescar a memória sobre os deputados que viraram as costas para a classe trabalhadora, queremos auxiliar cada eleitor e eleitora para fazer a escolha certa de seus representantes para os governos e os parlamentos”.
“Temos que separar o joio do trigo”, orienta Amarildo Censi.
Trabalhar até morrer ou morrer trabalhando
A reforma da Previdência foi um dos piores e mais cruéis ataques já sofridos pela classe trabalhadora desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016. “Para milhões de brasileiros e brasileiras, é trabalhar até morrer ou morrer trabalhando”, afirma o presidente da CUT-RS.
Com a reforma, acabou a aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mínima.
Aumentou o tempo de contribuição para homens e mulheres, foi implantada idade mínima de aposentadoria e mudou a forma de cálculo dos novos benefícios, reduzindo os valores de aposentadorias e pensões.
A idade mínima de aposentadoria para os homens é de 65 anos.
Para as mulheres, foi criada uma regra de transição que eleva em seis meses a idade mínima a cada ano. Assim, quem se aposentou em janeiro de 2022, a idade passou para 61 anos e meio, devendo chegar a 62 anos em 2023, quando para de subir.
A pensão por morte teve mudanças na forma de pagamento para os dependentes dos falecidos. A nova regra estabelece somente 50% do valor da aposentadoria que o falecido recebia e mais 10% por dependente. E o valor final não pode superior a 100% da aposentadoria do falecido e nem inferior a 1 salário mínimo.
Todas as alterações aprovadas trouxeram perda de direitos para a classe trabalhadora.
Segundo a economista, especialista em Previdência e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil, as reformas trabalhista e da Previdência contribuíram para a queda na renda e a piora na qualidade de vida dos aposentados.
“A reforma trabalhista precarizou a Previdência. Sem renda não há contribuição e sem contribuição não há renda para a aposentadoria”, destaca.
Segundo Gentil, a arrecadação da Previdência caiu a níveis de 2012, um retrocesso de 10 anos com a redução no número de contribuintes.
“Isto é muito grave porque o correto seria ter um aumento, uma evolução como em toda a sociedade. É óbvio que contribuições à previdência e as relações de trabalho têm uma relação umbilical”, explica.
Por isso, a CUT e as centrais sindicais defendem a revogação das reformas trabalhista e da Previdência.
Confira os parlamentares gaúchos que votaram contra os trabalhadores e ajudaram a aprovar a reforma da Previdência e querem se eleger de novo:
Candidatos a governador
Onyx Lorenzoni (PL)
Luís Carlos Heinze (PP)
Candidatos a deputado federal
Alceu Moreira (MDB)
Giovani Feltes (MDB)
Márcio Biolchi (MDB)
Afonso Hamm (PP)
Pedro Westphalen (PP)
Danrlei (PSD)
Nereu Crispim (PSD)
Daniel Trzeciak (PSDB)
Lucas Redecker (PSDB)
Bibo Nunes (PL)
Giovani Cherini (PL)
Marcelo Moraes (PL)
Marlon Santos (PL)
Sanderson (PL)
Lasier Martins (Podemos)
Maurício Dziedricki (Podemos)
Carlos Gomes (Republicanos)
Marcel van Hattem (NOVO)
Candidato a deputado estadual
Santini (Podemos)