Escrito por: Rosely Rocha

24 de março é dia de "lockdown“ dos trabalhadores em defesa da vida

CUT e movimentos sociais defendem que trabalhadores fiquem em casa no próximo dia 24 em defesa da vida, por vacinas, pelo auxílio, por empregos e contra privatizações

Tetê Viviani / Prefeitura de Araraquara
Araraquara (SP) durante lockdown

Um lockdown dos trabalhadores e das trabalhadoras em defesa da vida está sendo organizado pela CUT, demais centrais e movimentos sociais para o próximo dia 24 de março. A proposta não é apenas em defesa do isolamento social, com fechamento de comércio e serviços para conter a pandemia do coronavírus (Covid 19), é também por vacinas, auxílio emergencial e contra o sucateamento dos serviços públicos.

Os representantes dos trabalhadores entendem que a situação por que passa o Brasil é caótica, sem leitos de enfermarias e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em quase todas as capitais e centenas de cidades do interior para pacientes com Covid, sem vacinas, sem um benefício com um valor decente para atender as necessidades básicas de quem perdeu renda por não poder sequer fazer bicos e quem perdeu o emprego e não consegue se recolocar. Além disso, a população tem de conviver com a disparada dos preços dos alimentos, o sucateamento dos serviços públicos e a política econômica desastrosa do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).

O agravamento da pandemia exige uma resposta contundente ao desgoverno Bolsonaro e ficar em casa, sem trabalhar, mesmo se o trabalhador estiver em home office é a ação que mais vai atingir o presidente, um negacionista que briga com os governadores que adotam medidas de restrição de circulação para conter a propagação do vírus. 

“O ‘fique em casa’ é um protesto contra as privatizações; por vacina já para todas e todos, pelo auxílio emergencial, pelos empregos; contra carestia e os aumentos dos preços do gás, combustível, arroz, feijão, entre outros, contra a reforma Administrativa e pelo Fora Bolsonaro, pontua o presidente da CUT, Sérgio Nobre. “É um lockdown em defesa da vida”, diz o dirigente, explicando que essa é a resposta adequada por que uma greve geral pressupõe atos, manifestações , piquetes, o que no momento seriam atos irresponsáveis por causa da pandemia.

“Um lockdown de, no mínimo, 24 horas é para ficar em casa, é um dia de reflexão sobre o que acontece no Brasil. É pela vida, pela vacina, é para que o país mude seu rumo. Estamos perto de chegar a 300 mil mortes e, segundo especialistas, se até o início do inverno 80% da população não estiver vacinada será o caos no Brasil”, adverte Sérgio Nobre.

Vivemos o momento mais dramático da pandemia. Mas a situação vai piorar ainda mais sem vacina, sem auxílio, sem ajuda do governo para a folha de pagamentos das micro e pequenas empresas, por isso o lockdown é uma forma de demonstrar a insatisfação dos trabalhadores e das trabalhadoras com os rumos do país- Sérgio Nobre

Fora, Bolsonaro

O secretário de Administração e Finanças da CUT, Ariovaldo de Camargo, reforça que o lockdown é pelo ‘Fora Bolsonaro’ por ser ele o responsável pela crise econômica e social que o país atravessa, e que todos os trabalhadores têm motivos de sobra para ficarem em casa neste dia 24 de março.

“Cada categoria de trabalhador tem o seu motivo para fazer um lockdown. Os metalúrgicos pela desindustrialização do país, os professores pela paralisação das aulas presenciais, os petroleiros contra a privatização da Petrobras e as estatais. Além disso, todas as categorias de trabalhadores têm motivos de sobra para defender a vacinação gratuita para toda a população brasileira”, afirma o dirigente.

*Edição: Marize Muniz