Escrito por: Emilly Dulce Brasil de Fato
Almoço político-cultural reunirá apoiadores da luta pela terra e debaterá a liberdade do ex-presidente Lula
O lançamento da 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária, principal evento de divulgação da produção dos acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acontece neste sábado (14), em São Paulo, e reunirá militantes e apoiadores da luta pela terra de todo o Brasil.
A terceira edição da Feira acontecerá entre os dias 3 e 6 de maio no Parque da Água Branca, na zona oeste da cidade, e contará com programação gratuita de seminários de formação político-cultural, espaço de troca de sementes e shows com atrações nacionais. Para o evento de lançamento neste sábado (14), será servido um almoço especial com arroz carreteiro em um momento de celebração cultural com a presença de artistas do Movimento.
O evento acontece no Armazém do Campo, loja do MST na região central de São Paulo, onde também será feito um panorama das Feiras anteriores e a apresentação política desta edição, marcada por mobilizações de norte a sul.
Milton Fornazieri, da direção nacional do MST e um dos organizadores da Feira, destaca que o evento é uma forma de integração entre a culinária da terra e a população do meio urbano.
"Não é somente compra e venda. A Feira em si é um grande mecanismo para intercambiar experiências entre nós mesmos, os feirantes de norte e sul do Brasil, e, principalmente, fazer um intercâmbio de ideias com a população de São Paulo", explica.
Fornazieri enfatiza que a mensagem da reforma agrária é materializada na produção de alimentos in natura em contraponto à lógica do agronegócio. "O tema principal é a alimentação saudável e o combate ao uso de agrotóxicos no campo" afirma.
A pauta deste ano também seguirá a linha da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária do MST em defesa da democracia e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está detido desde o último sábado (7), em Curitiba (PR), por determinação do juiz de primeira instância Sérgio Moro.
"A luta pela terra se soma agora com a luta pela liberdade do companheiro Lula, não somente física, mas também de poder disputar a eleição, porque toda essa condenação é uma farsa, é a continuidade do golpe", denuncia o dirigente sem-terra.
Diversidade
Como preparação para o evento, oficinas sobre alimentação saudável foram ministradas em São Paulo para todos os estados brasileiros onde o MST está organizado. Márcia Barille, agricultora do Mato Grosso do Sul, participou das discussões e diz que é "um sonho concretizado" poder comercializar seus produtos para um número significativo de pessoas.
"É muito gratificante e enriquecedor para quem produz ver o seu produto direto na mão do consumidor. A ideia principal é a gente conseguir reproduzir um pouco na Feira Nacional as nossas comidas típicas de cada estado, que é produzida pelos assentados e agricultores", lembra.
Para a agricultora, "produzir uma comida saudável para a população é oferecer carinho e respeito. Comer um alimento agroecológico saudável não é só comer bem, é um modo de vida, você respeita a natureza e a saúde do ser humano".
Histórico
Na última edição da Feira Nacional da Reforma Agrária passaram, pelo Parque da Água Branca, mais de 150 mil pessoas ao longo dos dias do evento. Ao todo, foram vendidas 220 toneladas de produtos espalhados em 800 itens de 80 cooperativas e associações. A praça de alimentação contou com 15 cozinhas de todas as regiões do Brasil, onde foram servidas 10 mil refeições.
Para a edição deste ano, a coordenação nacional do MST espera a comercialização de cerca de 400 toneladas de alimentos da culinária da terra.
Serviço
Entrada livre