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3ª onda: Desde abril, Brasil não registrava número de mortes tão alto em 24 horas

Em 24 horas, país registrou 2.997 vidas perdidas para a Covid-19. É o mais altos desde o fim de abril. Desde o início da pandemia já são 493.693 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde

Publicado: 17 Junho, 2021 - 13h04

Escrito por: Redação CUT

Lucas Silva/Secom AM
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O Brasil registrou nesta quarta-feira (16) a maior média móvel diária de óbitos em decorrência de complicações causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, desde o fim de abril. Foram 2.997 óbitos em 24 horas e mais de 95.000 casos. Desde o início da crise sanitária são 493.693 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde. Desde o fim de abril não era registrado um número tão alto de mortes em 24 horas.

A alta  comprova o alerta de especialistas que anteciparam ao longo do mês de maio que o país estava entrando na terceira onda da pandemia.

E os sinais da terceira onda estão também nos hospitais públicos e privados, onde a ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) aumentou em várias regiões do país. Pelo menos em dez capitais brasileiras e no Distrito Federal a ocupação chega a 90%, segundo levantamento da Folha de S. Paulo.

A alta do número de casos também é preocupante e casa com um alerta divulgado pelo Imperial College, de Londres, que afirmou que a taxa de transmissão (RT) do coronavírus subiu esta semana e está em 1,07. Ou seja, cada 100 pessoas transmitem a doença para outros 107 brasileiros.

Estados apresentam lotação em UTI

Com a vacinação lenta e fim precoce de restrições, o cenário de alta demanda é semelhante ao da semana anterior. Curitiba é a capital com o pior quadro, com 101% de UTIs lotadas, em seguida vem Aracaju e Palmas, ambas com 97%.

No Paraná, a fila por uma vaga na UTI continua a maior do país, são pelo menos 533 pacientes aguardando por uma vaga. A taxa de ocupação desse tipo de leito se mantém acima dos 90% no estado, mesmo com a abertura contínua de novas vagas – o índice chegou agora aos 96%. A capital Curitiba registrou 155 pacientes na fila de espera por UTIs na segunda-feira (14).

Pernambuco apresenta índice de ocupação de UTIs acima de 90% há mais de três meses, no entanto, houve redução de 40% no número de internações para pacientes a partir de 60 anos no último mês.

Vários estados do Brasil tentam acelerar a vacinação, mas ainda os índices são muito baixos para o tamanho da população. Menos de 15% dos brasileiros receberam as duas doses necessárias da vacina contra a Covid-19.

O que preocupa, segundos os especialistas, é que a maior parte das regiões do país segue flexibilizando restrições contra a pandemia, mesmo com a alta de contágios e lotação nas UTIs.  Além disso, o Brasil ainda realiza a Copa América, com a circulação de delegações estrangeiras de equipes de futebol de toda a América do Sul, que podem, inclusive, trazer ou levar novas variantes a seu país de origem.

Em Aracaju, a taxa de ocupação se mantém alta, em 97%. Na segunda (14), 21 pessoas aguardavam por leitos intensivos na capital, e 52 em todo o estado.

SP acumula maior número de casos e mortes

O estado de São Paulo acumula o maior número de mortes no país, foram 22.582 novos casos do novo coronavírus registrados nesta quarta-feira (16), o oitavo maior número diário desde o início da pandemia. O estado mantém mais de 80% de ocupação para as UTIs exclusivas para Covid-19.

O estado registra mais de 3,4 milhões de casos de Covid-19 durante toda a pandemia e 118.213 óbitos.

AstraZeneca tem 92% de eficácia contra variante Delta

Um estudo conduzido pela Public Heatlh England (PHE), agência de saúde do governo britânico, aponta que a aplicação de duas doses da vacina AstraZeneca apresenta 92% de efetividade contra a hospitalização pela variante Delta, identificada primeiramente na Índia.

A vacina, produzida no Brasil pela Fiocruz, também demonstrou alta efetividade contra a variante Alpha, identificada pela primeira vez no Reino Unido, com redução de 86% nas internações.

A variante, antes conhecida como indiana, tem se espalhado rapidamente pelo Reino Unido e já teve casos confirmados no Brasil.

Segundo a Fiocruz, efetividade média em relação à taxa de hospitalização para vacinados com a variante Delta foi similar à da variante Alpha, levando em conta os dois imunizantes: Alpha com 78% (uma dose) e 92% (duas doses); Delta com 75% e 94% (respectivamente).  

No caso da Pfizer, a vacina apresentou média de 94% de efetividade após a primeira dose e 96% após a segunda contra a internação pela variante Delta. Na AstraZeneca foram registrados 71% de efetividade após a primeira dose e 92% após a segunda.