Escrito por: CONTAG
Após três décadas do assassinato da trabalhadora rural, culpados ainda não foram punidos
Margarida Alves: sÃmbolo da luta no campo
Na época, Margarida lutava pelas demandas da região paraibana que habitava. Uma delas, e a que tirou sua vida, foi a luta contra usineiros latifundiários que exploravam e prejudicavam o desenvolvimento da agricultura familiar na região de Alagoa Grande e municípios vizinhos. Os criminosos que a assassinaram brutalmente em sua própria casa eram ligados à Usina.
Após sua morte, Margarida foi justamente reconhecida como símbolo da luta diária das mulheres por espaços representativos no movimento sindical. Uma das formas de homenageá-la foi batizando a principal ação de massa das trabalhadoras rurais com seu nome. “A Marcha das Margaridas é uma das demonstrações do legado de Margarida Alves, que cresce a cada dia, porque ela é uma mulher que mostra a sua força, a sua capacidade de lutar, de intervir”, explica a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas. “Margarida tinha a força de uma mulher líder que esteve sempre à frente para debater, defender o povo, para lutar pela terra, pelos direitos das assalariadas rurais”, completa.
Impunidade
Passados 30 anos do assassinato, os culpados ainda não foram punidos. O fantasma da impunidade ronda as histórias de mortes de trabalhadores e trabalhadoras por todo o mundo, e, no caso de Margarida Maria Alves, infelizmente a história se repete. Neste ano, a Jornada das Margaridas - extensão da Marcha das Margaridas, onde anualmente a pauta é revisitada e as negociações com o governo prosseguem - coloca em suas demandas o resgate do caso de Margarida pela justiça e seu julgamento justo, onde os mandantes, executores e envolvidos possam ser condenados.
A Jornada das Margaridas 2013 começa no dia 17 de agosto, e segue até o dia 21, em Brasília.