Escrito por: CUT-RS
Oito dos que votaram contra os trabalhadores são candidatos a deputado federal, 21 tentam a reeleição como deputado estadual e um é candidato a vice-governador
Dos 34 deputados estaduais do Rio Grande do Sul que votaram a favor do reajuste zero para o salário mínimo regional em 2020, portanto, contra a classe trabalhadora, 30 são candidatos nas eleições desre ano - oito concorrem ao cargo de deputado federal, 21 tentam a reeleição como deputado estadual e um é candidato a vice-governador. Confira abaixo quem votou pelo congelamento do piso regional do RS.
O levantamento foi realizado pela CUT-RS junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e à Assembleia Legislativa e tem o objetivo de alertar os trabalhadores e trabalhadoras que forem às urnas no dia 2 de outubro para que escolham canidatos comprometidos com os direitos sociais e trabalhistas.
Quem votou, não volta
“O povo gaúcho tem que saber os nomes dos deputados e seus partidos que votaram contra a classe trabalhadora. Quem votou, não volta”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Ele alerta que muitos candidatos de direita e de centro-direita prometem na campanha eleitoral que irão defender os interesses dos trabalhadores, mas é apenas uma jogada para ganhar votos. “O que importa não são as promessas, nem as emendas de recursos que destinam aos municípios, mas sim como eles votam, qual é a sua trajetória e quem eles apoiam”, orienta Amarildo. “Não podemos comprar gato por lebre”.
“Ao refrescar a memória sobre os deputados que viraram as costas para a classe trabalhadora”, segundo Amarildo, “queremos contribuir para que cada eleitor e eleitora tenha uma opinião mais nítida sobre os candidatos e faça a escolha certa de seus representantes para os governos e os parlamentos”.
Congelamento do piso
O congelamento do salário mínimo do RS foi aprovado, depois de pressão das federações empresariais que querem a extinção do chamado piso regional, em 1º de dezembro de 2020, com 14 votos contrários, e sancionado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que renunciou em março deste ano e é candidato à reeleição.
Foi a primeira vez que o mínimo regional, criado no governo Olívio Dutra (PT), em 2001, não teve reajuste. Com isso, o RS paga atualmente o mais baixo valor entre os três estados do Sul do Brasil.
Santa Catarina e Paraná não deixaram de repor a inflação e até com aumento real, mesmo na pandemia. Salário reajustado possibilita mais consumo, combater a fome, aquecer a economia e aumentar a arrecadação do Estado. Todos saem ganhando.
Este ano, o governador que abandonou o Palácio Piratini no final de março sequer enviou aos deputados um projeto de reajuste do mínimo regional, cuja data-base é 1º de fevereiro. O atual governador Ranolfo Vieira Jr. (PSDB) finge que não é com ele e ainda não encaminhou uma proposta para a Assembleia, prejudicando a renda de cerca de 1,5 milhão de trabalhadores e trabalhadoras.
Confira candidatos que votaram a favor do reajuste zero para o piso regional
Candidato a vice-governador
Gabriel Souza (MDB) – Concorre a vice na chapa de Eduardo Leite.
Candidatos a deputado federal
Sérgio Turra (PP)
Vilmar Lourenço (PP)
Tenente Coronel Zucco (Republicanos)
Franciane Bayer (Republicanos)
Dalciso Oliveira (PSB)
Fábio Ostermann (NOVO)
Eric Lins (PL)
Any Ortiz (Cidadania)
Candidatos a deputado estadual
Carlos Búrigo (MDB)
Gilberto Capoani (MDB)
Tiago Simon (MDB)
Vilmar Zanchin (MDB)
Frederico Antunes (PP)
Issur Koch (PP)
Silvana Covatti (PP)
Dirceu Franciscon (União Brasil)
Dr. Thiago Duarte (União Brasil)
Kelly Moraes (PL)
Paparico Bacchi (PL)
Capitão Macedo (PL)
Luiz Henrique Viana (PSDB)
Mateus Wesp (PSDB)
Neri, o Carteiro (PSDB)
Pedro Pereira (PSDB)
Zilá Breitenbach (PSDB)
Elizandro Sabino (PTB)
Fran Somensi (Republicanos)
Giuseppe Riesgo (NOVO)
Airton Lima (Podemos)