Escrito por: CUT Nacional com informação da Fundação Palmares
Trinta e sete anos depois, a luta dos movimentos contra as heranças da escravidão continua
No dia 7 de julho, de 1978, nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo uma concentração organizada pelo Movimento Negro Unificado (MNU) marcou a luta contra o racismo no Brasil. O movimento nasceu quando representantes de várias entidades se reuniram em resposta à discriminação racial.
Depois dessa contribuição do MNU pela igualdade de oportunidades entre negros e negras, o sete de julho passou a ser celebrado como o dia Nacional de Combate ao Racismo. Trinta e sete anos depois, a luta dos movimentos contra as heranças da escravidão continua.
Para Secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Reis Nogueira, o país ainda continua com uma dívida histórica com o povo negro. “Os negros continuam sendo escravizados pela violência, pela falta de oportunidades, pela diferença salarial, pelo extermínio de sua juventude. Nós da CUT reafirmamos a necessidade da luta para não permitir retrocessos, para que tenhamos cada vez mais conquistas contra a desigualdade persistente em nosso país”, afirma a dirigente.
Após o ato no Teatro Municipal, o MNU lutou para fazer a população negra sair das salas de debates e das atividades lúdicas e esportivas, para ações de confronto aos atos de racismo e discriminação racial, elaborando panfletos e jornais, realizando atos públicos e criando núcleos organizados em associações recreativas, de moradores, categorias de trabalhadores, nas universidades públicas e privadas.
A luta do MNU foi aos poucos ganhando força e se refletiu na atitude do Estado em relação aos debates sobre a discriminação racial, culminando com a criação, em 1984, do primeiro órgão público voltado para o apoio dos movimentos sociais afro-brasileiros: o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra no governo Franco Montoro, então governador de São Paulo.