40% dos brasileiros acham que país corre risco de nova ditadura militar
Para 77%, a democracia é o melhor sistema de governo, enquanto que para 10% a ditadura é uma alternativa ideal. Os dados são de pesquisa da Veja/FSB
Publicado: 06 Dezembro, 2019 - 12h10
Escrito por: Redação CUT
Para a maioria dos brasileiros, com Jair Bolsonaro o país corre mais riscos de instaurar novamente uma ditadura militar, como a que governou o Brasil entre os anos de 1964 a 1985, período conhecido como ‘anos de chumbo’ por causa da forte repressão e violência contra a esquerda e quem ousasse pensar diferente ou questionar o governo militar. Nesse período, centenas de militantes foram presos, torturados e assassinados pela polícia política. Muitas famílias nunca conseguiram enterrar seus entes queridos porque muitos corpos desapareceram.
A informação é da pesquisa da Veja/FSB publicada nesta sexta-feira (6), que contatou que para 40% dos brasileiros o país corre riscos de voltar a ser uma ditadura. Outros 28% acreditam que essa possibilidade é pequena e apenas 26% dos entrevistados estão razoavelmente tranquilos quanto a essa possibilidade.
O levantamento mostra ainda que para 77%, a democracia é sempre, ou na maioria das vezes, o melhor sistema de governo. Enquanto para 10% a ditadura é uma alternativa ideal.
A pesquisa foi feita por telefone com 2.000 pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro.
Os números refletem o perfil autoritário do governo Bolsonaro, que faz constantes referências positivas ao golpe militar de 1964 e, mais recentemente, ao AI-5, instituição do momento mais repressivo e punitivo do regime militar no Brasil.
Além das diversas declarações feitas no passado e durante a campanha, Bolsonaro, mesmo depois de assumir a presidência, fez declarações elogiosas a torturadores - como o chileno Augusto Pinochet - e tem ameaçado reprimir movimentos sociais caso o Brasil se espelhe nos exemplos vizinhos da América do Sul.
As mais recentes referências ao AI-5 foram feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro, um de seus filhos, e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois estão sendo alvo de ações da oposição no Congresso por suas declarações e o discurso de Bolsonaro é considerado crime de responsabilidade no entendimento de alguns juristas.
Com apoio do Brasil247.