42% dos reajustes salariais ficam abaixo da inflação em janeiro, diz Dieese
Em 2021 foram mais de 60%. Apesar da melhora, inflação segue pressionando negociações
Publicado: 23 Fevereiro, 2022 - 15h31 | Última modificação: 23 Fevereiro, 2022 - 18h29
Escrito por: Redação RBA
No primeiro mês do ano, a maior parcela de reajustes salariais analisados pelo Dieese ficou abaixo da inflação. Apesar disso, segundo o instituto, que faz monitoramento mensal dos dados, os resultados são “significativamente melhores” se comparados com igual período de 2021. Contudo, a inflação segue sendo um desafio para as negociações.
Segundo o Dieese, em janeiro, 42% de 324 reajustes ficaram abaixo “do valor necessário para a recomposição do poder de compra dos salários”, ou seja, foram menores do que a variação acumulada do INPC-IBGE.
Outros 35% dos reajustes tiveram aumento real - acima da variação acumulada.
E 23% dos reajustes foram iguais a inflação do período.
Os dados têm como base o Mediador, do Ministério do Trabalho e Previdência.
Há um ano, em janeiro de 2021, apenas 11% dos reajustes incluíram ganho real. E 60,5% tiveram índice inferior ao INPC, usado como referência salarial.
“Em relação à variação real média – equivalente à média dos reajustes após desconto da inflação – os dados de janeiro de 2022 seguem em valor muito próximo ao observado nas duas datas-bases anteriores (em torno de -0,6%) e são idênticos aos apurados em janeiro de 2021”, afirma o Dieese.
Parcelados e escalonados
Além disso, segundo o levantamento, os reajustes parcelados foram 3,7% do total em janeiro. O resultado é um pouco superior ao de igual mês de 2021 (2,5%), mas tem “recuo significativo em relação ao observado a partir de março de 2021 e, especialmente, no último bimestre do ano passado”. Em dezembro, por exemplo, os parcelamentos representaram 21,9% do total. Em novembro, 28,8%.
Dos reajustes de janeiro, 18% foram escalonados – com índices ou valores diferentes conforme determinadas faias salariais. Em janeiro do ano passado, foram 11,9%. Em dezembro, 26,6%.
Nos setores de atividade, a indústria teve 45% dos acordos coletivos e convenções com reajuste que incluiu ganho real. No comércio, foram bem menos: 25%. E na área de serviços, 32,3%.
Confira aqui a íntegra do boletim do Dieese.