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43,75% dos deputados do RS favoráveis à privatização da Corsan não foram reeleitos

Eleitores do Rio Grande do Sul mandaram um recado aos deputados estaduais do estado: quem vota contra os interesses da sociedade gaúcha e dos trabalhadores do Brasil não volta

Publicado: 12 Outubro, 2022 - 09h37 | Última modificação: 12 Outubro, 2022 - 10h02

Escrito por: Ademir Wiederkehr, CUT-RS | Editado por: Marize Muniz

Montagem/CUT-RS
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Eleitores do Rio Grande do Sul mandaram um recado aos deputados estaduais do estado: quem vota contra os interesses da sociedade gaúcha e dos trabalhadores do Brasil não volta, como a direção da CUT sempre alertou. A maioria dos parlamentares gaúchos que votou a favor da reforma Trabalhista que exterminou direitos não foi eleita, entre eles Ana Amélia (PSD), Lasier Martins (Podemos), e Luis Carlos Heinze (PP). 

No âmbito dos ataques que afetam a população do estado, dos deputados que votaram a favor da privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), 43,75%não foram reeleitos e ficarão sem mandato em 2023, ou seja, não voltarão à Assembleia Legislatva do Rio Grande do Sul (ALRS) para mais um mandado como acharam que seria fácil.

Dos 32 deputados que foram candidatos, 14 foram derrotados nas urnas e 17 se reelegeram, dois quais dois para deputado federal.

Já o deputado Gabriel Souza (MDB), que também foi favorável à venda da Corsan, vai disputar o segundo turno para vice-governador na chapa do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), o mais privatista dos governadores que o estado já teve, contra o deputado federal e ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL), o que mais agiu para retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, no próximo dia 30.

O levantamento foi realizado pela CUT-RS junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à Assembleia Legislativa. Veja abaixo a relação completa dos deputados não reeleitos.

Valeu a campanha para refrescar a memória dos trabalhadores

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, comemora a derrota dos candidatos que votaram a favor da entrega da Corsan. “Valeu a nossa campanha em parceria com o Sindiágua-RS para refrescar a memória dos trabalhadores e das trabalhadoras, lembrando quem votou contra a Corsan como empresa pública e os interesses do povo gaúcho não poderia voltar a ALERS”, destacou.

“O fato de 14 deputados não terem sido reeleitos não quer dizer que os candidatos de direita que se elegeram tenham outra posição e votem diferentemente”, alertou o dirigente, lembrando que é preciso manter a organização e a mobilização contra os ataques ao patrimônio público. 

“A bancada de direita não tem compromisso com o patrimônio público, a defesa dos direitos dos trabalhadores, a valorização do serviço público e dos servidores, e o fortalecimento da democracia”, ressalta Amarildo, que acresenta: “É importante reafirmar que o nosso trabalho de acompanhamento dos debates e das votações no parlamento vai continuar, marcando na paleta quem votar contra a classe trabalhadora, e vamos seguir na luta contra a privatização da Corsan”.

“Água é vida, é saúde, não pode virar mercadoria para matar a sede de lucro de um punhado de grandes empresários”, conclui Amarildo.

Resistência contra a privatização da Corsan continua

Os deputados que votaram a favor do projeto de lei (PL 211/2021), enviado em regime de urgência pelo ex-governador Eduardo Leite (PSDB), autorizaram a privatização da Corsan, que atende 307 dos 497 municípios gaúchos.

A votação ocorreu em 31 de agosto de 2021, logo após a aprovação de uma proposta de emenda constitucional que acabou com o plebiscito sobre a privatização da Corsan, Banrisul e Procergs, impedindo que o povo gaúcho se manifestasse.

As bancadas do PT, PDT e PSol votaram contra o projeto, junto com seis parlamentares de outros partidos.

Para o presidente da CUT-RS, a venda de uma empresa pública que leva água e saneamento para as pessoas e ainda dá lucro para novos investimentos é uma covardia, pois “quem paga a conta das privatizações é a população com tarifas mais caras e serviços precários”.

O processo de privatização está em andamento e o governo tucano pretende efetuar o leilão em dezembro, porém enfrenta forte resistência dos funcionários da Corsan e da população.

“Estamos numa grande luta na defesa da água pública. Nós conseguimos dar o recado para a sociedade gaúcha, que água é um bem de todos e não pode ter dono”, destaca o presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch.

Confira a lista dos parlamentares favoráveis à venda da Corsan e não reeleitos

Candidatos a deputado federal

Sérgio Turra (PP)  – 87.355 votos

Vilmar Lourenço (PP) – 18.836 votos

Fábio Ostermann (Novo)  – 25.894 votos        

Eric Lins (PL) – 31.089 votos

Candidatos a deputado estadual

Mateus Wesp (PSDB) – 21.054 votos

Rodrigo Maroni (PSDB) – 10.344 votos

Zilá Breitenbach (PSDB) – 21.521 votos

Carlos Búrigo (MDB) – 33.611 votos

Clair Kuhn (MDB) –  24.808 votos

Gilberto Capoani (MDB) – 25.637 votos

Issur Koch (PP) – 27.977 votos

Fran Somensi (Republicanos) – 23.615 votos 

Giuseppe Riesgo (Novo) – 28.209 votos         

Faisal Karam (Podemos) – 13.028 votos