Escrito por: Redação CUT
São 13,4 milhões de trabalhadores desempregados no Brasil. Desse total, 5,2 milhões procuram emprego há mais de um ano e 3,3 milhões estão desocupados há dois anos ou mais
O tempo que os trabalhadores e as trabalhadoras estão demorando para conseguir se recolocar no mercado de trabalho brasileiro cresce na mesma proporção que as taxas de desemprego, que vem registrando um recorde atrás do outro desde o golpe de 2016.
De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do total de 13,4 milhões de desempregados registrados no 1º trimestre de 2019, 5,2 milhões procuram uma oportunidade de trabalho há mais de um ano. Esse universo representa 38,9% dos desempregados no país.
Outros 3,3 milhões (24,8%) estão desocupados há dois anos ou mais. Ainda segundo o IBGE, 6 milhões de pessoas (45,4% do total) estão procurando emprego há mais de um mês e menos de um ano, e 2,1 milhões entraram para a fila do desemprego mais recentemente, há menos de mês.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os dados apontam para um diagnóstico grave, reflexo de uma economia estagnada, sem perspectivas de melhora e de um governo sem política de desenvolvimento. Para ele, a política econômica recessiva adotada pelo governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL), que se limita a anunciar medidas de arrocho e retirada de direitos, vai piorar ainda mais a situação da classe trabalhadora.
“O quadro é grave. O desemprego não para de crescer, a renda das famílias está caindo, os jovens saem da faculdade sem perspectivas de uma colocação profissional. Enquanto isso, Bolsonaro propõe tirar direitos, acabar com a aposentadoria, privatizar, sucatear a educação”, diz.
O governo está equivocado. Não é assim que o Brasil vai voltar a crescer. O Estado brasileiro precisa recuperar o papel de indutor da economia - Vagner Freitas“O governo precisa acreditar no povo, liberar crédito, retomar as obras paradas, voltar a investir no Brasil e não entregar nossas riquezas para os estrangeiros”, completa.
Já o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, alerta para o fato de que 1/4 dos desempregados procura emprego há mais de dois anos e isso acarreta uma perda de qualificação, o que afasta ainda mais as pessoas do mercado de trabalho.
“O conhecimento se torna obsoleto, e cria círculo vicioso no mercado”, afirma.
"A desocupação é expressiva, a qualificação não avança e o que sustenta o mercado é o emprego por conta própria e a informalidade. Isso denuncia um diagnóstico bastante grave", acrescenta.
Desemprego e Subutilização
A taxa de desemprego registrada no 1º trimestre de 2019 aumentou para 12,7% e atingiu 13,4 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no País. Este foi o maior aumento trimestral desde maio do ano passado (13,3%). A
Já a taxa de subutilização da força de trabalho, que reúne os desempregados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos, alcançou 25%. Isso significa que faltou trabalho para 28,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.
Desemprego cresce em 14 estados
Segundo o IBGE, o desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da federação no 1º trimestre deste ano. O Amapá concentra 20% de desempregados, a maior taxa do país. Na sequência, aparece os estados da Bahia (18,3%), Acre (18%) e Maranhão (16,3).
Já as menores taxas estão nos estados da Região Sul do país: Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em 13,5% e 15,3%, respectivamente.