Escrito por: Redação CUT
TSE já recebeu 8.951 pedidos de registro. E 12 para presidente da República. O prazo para registro de candidaturas no TSE termina nesta segunda-feira (15)
A Câmara dos Deputados terá mais candidatos à reeleição este ano do que em 2018, mas dentro da média dos últimos seis pleitos, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Até a última quinta-feira (11), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrava 310 deputados, de um total de 513, que voltarão a disputar uma cadeira - essa participação, que é de 60,42%, ainda deverá crescer.
Para o Diap, o índice de recandidaturas “tende a ser um dos mais expressivos” das seis últimas eleições.
“Isso (aumento de recandidaturas) pode ocorrer porque, das 203 candidaturas faltantes, muitos partidos ainda não formalizaram os pedidos de homologação dos candidatos à reeleição”, comenta o Diap. “Dentre esses, MDB e PP, são exemplos de partidos que possuem ainda baixo registro de candidaturas”, acrescenta o instituto, que divulgou levantamento preliminar em parceria com a consultoria Contatos Assessoria Política.
Atualização
Na noite desta segunda-feira (15), após o fechamento desta reportagem, segundo o diretor de documentário da entidade, Neuriberg Dias, o número de deputados federais candidatos à reeleição subiu para 446, índice histórico de 86,93%, o maior desde 1990.
Para Neuriberg isto pode significar um Congresso Nacional “mais do mesmo” com esse alto índice candidatos à reeleição que terão mais chances em relação aos novatos, por estarem em exercício do mandato.
"O que pode impedir a reeleição de atuais deputados serão as novas regras eleitorais que vão exigir um desempenho mínimo aos candidatos e partidos políticos. Neste caso, podemos antecipar é que haverá menos partidos com representação e favorecimento dos candidatos apoiados pelo governo, que dispõem atualmente de maior acesso ao fundo eleitoral, orçamentos impositivo e o secreto, priorizados para os partidos do centrão", analisa.
Trabalhador vota em quem respeita seus direitos
Outra pesquisa do DIAP, esta sobre como os parlamentares votaram os projetos analisados na Câmara e no Senado, revela que metade (49,6%) dos deputados e senadores votaram contra as propostas de interesse da sociedade e dos trabalhadores e trabalhadoras. Juntas, as suas pesquisas podem orientar os eleitores na hora de votar, como a CUT sempre alerta: o trabalhador tem de ficar atento para não reeleger quem ataca direitos sociais e trabalhistas.
Leia mais: Quase metade do Congresso Nacional votou contra os interesses dos trabalhadores
Segundo o DIAP, em 2018, 404 deputados disputaram a reeleição – 78,75% do total. Das 513 vagas, 274 foram para reeleitos e 239 ficaram com novos deputados. O Diap usa como critério para definir candidatos à reeleição apenas os federais no exercício do mandato no momento do pleito, “independentemente de serem titulares, suplentes ou efetivados durante a legislatura”.
No Senado, dos 32 que tentaram, só oito (25% do total) conseguiram reeleição.
A legislatura de 2014 a 2017 aprovou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), na sequência tentou aprovar a reforma da Previdência, não conseguiu, mas aprovou em 2019 no primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL); e aprovou a reforma Trabalhista que acabou com mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na época a CUT fez a campanha quem, votar contra trabalhador não volta.
Um dos alvos da campanha foi Rogério Marinho que trabalhou muito para aprovar a reforma Trabalhista, se candidatou a reeleição com grande apoio da mídia comercial e dos empresários, mas perdeu a eleição.
Doze candidatos a presidente
O prazo para registro de candidaturas no TSE termina nesta segunda-feira (15). Até agora, há 8.951 pedidos encaminhados.
O tribunal também recebeu, até agora, 12 pedidos de registro para disputar a Presidência da República: Ciro Gomes (PDT), Felipe d´Avila (Novo), Jair Bolsonaro (PL), José Maria Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pablo Marçal (Pros), Roberto Jefferson (PTB), Simone Tebet (MDB), Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronick (União Brasil) e Vera Lúcia (PSTU).
Ainda de acordo com o levantamento do Diap, Rede, PCdoB, Cidadania, Avante e PSDB “foram os partidos que registraram mais recandidaturas proporcionalmente às bancadas em exercício do mandato na Câmara”.
Mas a Rede, por exemplo, tem apenas dois deputados, ambos disputando a reeleição. No caso do PCdoB, são sete de uma bancada formada por oito parlamentares. No PL, que tem a maior bancada, por enquanto 53 dos 77 (68,83%) estão na disputa. Já o PT, que tem 56 deputados, até o momento 40 (70,43%) fizeram pedidos de registro. No PP (58), o índice atual é de 37,93% e no MDB, ainda menos: 29,73%.
A legislatura atual é considerada uma mais conservadoras na história do parlamento. Candidatos do campo progressista, inclusive Lula, que lidera as pesquisas, tem reiterado a importância de renovar a Câmara com candidaturas mais comprometidas com a área social.