Escrito por: Luiz Carvalho

71% dos golpistas também querem terceirização sem limites

Maioria dos deputados que votou pelo impeachment também foi favorável ao PL 4330

Wilson Dias (Agência Brasil)
Derrubar governo é atalho para acabar com direitos trabalhistas

Desde o início do processo de impeachment, a CUT tem alertado sobre a relação estreita entre a saída da presidenta Dilma Rousseff e a retirada de direitos trabalhistas. Uma ação estaria diretamente atrelada à outra.

Ao cruzar os dados dos deputados federais da Comissão que aprovou o relatório do impeachment e os que votaram o Projeto de Lei 4330, da terceirização sem limites (leia mais abaixo), em abril de 2015, é possível observar que 71% dos parlamentares defendem ambos os ataques aos trabalhadores.

No ranking dos partidos, o PSDB é campeão absoluto entre os que querem rasgar a CLT e o impeachment, com sete nomes. A sigla é seguida por DEM (três parlamentares), PMDB (três), PP (três), PTB (três) e Solidariedade (três).  Leia abaixo a lista completa.

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, a relação comprova como o impeachment é nocivo para a classe trabalhadora.

“Isso só comprova o que temos repetido continuamente. O golpe não é contra a Dilma, o Lula ou o PT, mas contra os direitos da classe trabalhadora que os empresários entendem como sendo demais. Valorização do salário mínimo, para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) é ruim porque diminui o lucro, ainda que amplie a dignidade do trabalhador”, aponta.

O que é o PLC 30

Após ser aprovado na Câmara dos Deputados por 324 votos favoráveis contra 137, o PL 4330, de autoria do ex-deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) foi para o senado como PLC 30/15.

Antiga reivindicação dos empresários para afrouxar a legislação trabalhista, o texto aprofunda um cenário nocivo á classe trabalhadora. Segundo o dossiê “Terceirização e Desenvolvimento, uma conta que não fecha”, lançado pela CUT e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os terceirizados ganham 25% menos, trabalham quatro horas a mais e ficam 2,7 anos a menos no emprego quando comparados com os contratados diretos.

Favorece ainda situações análogas à escravidão. O documento aponta que, entre 2010 e 2013, entre os 10 maiores resgates de trabalhadores escravizados, nove eram terceirizados.

Lista de deputados a favor do impeachment e da terceirização sem limites:

Deputado                                                       Partido       Estado

Elmar NascimentoDEMBAMendonça FilhoDEMPERodrigo MaiaDEMRJMarcelo AroPHS MGLúcio Vieira LimaPMDB BALeonardo QuintãoPMDB MGMauro MarianiPMDB SCJúlio LopesPPRJJerônimo GoergenPPRSPaulo MalufPP SPAlex ManentePPSSPJhonatan de JesusPRBRRMarcelo SquassoniPRBSPRonaldo FonsecaPROSDFDanilo FortePSBCEFernando Coelho FilhoPSDBPEEduardo BolsonaroPSCSPRogério RossoPSDPIMarcos MontesPSDMGJutahy JúniorPSDBBAPaulo Abi-AckelPSDBBANilson Leitão PSDBMTCarlos SampaioPSDBPRShéridan Estérfany AnchietaPSDBRRBruno CovasPSDBSPBenito GamaPTBBAJovair ArantesPTBGOLuiz Calos BusatoPTBRSEvair de MeloPV ESLaudivio CarvalhoSDMGFernando FrancischiniSDPRPaulinho da ForçaSD SP