Escrito por: Redação CUT

8 mil trabalhadores da terceirizada Vikstar estão com salários atrasados

Sindicato da categoria anuncia indicativo de greve e recorre ao Ministério Público do Trabalho porque a empresa, que prestava serviços para Vivo, também não está pagando rescisão de contrato nem vale trans

Agência de Notícias do Paraná

 

Cerca de 8.000 trabalhadores e trabalhadoras terceirizados da empresa Vikstar, que presta serviços para a Vivo, ainda não receberam os salários este mês. O pagamento está atrasado há mais de uma semana e a categoria pode entrar em greve.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos trabalhadores do setor de telemarketing determina que os pagamentos têm de ser feitos até o 5° dia útil de cada mês subsequente ao mês trabalhado, segundo nota publicada no site do Sindicato dos Trabalhadores em Telermarketing (Sintratel).

O Sintratel, que também está denunciando a empresa no Ministério Público do Trabalho (MPT), ressalta na nota que a Vikstar não está pagando o vale transportes para os trabalhadores como prevê a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). A obrigação deste pagamento foi ratificada na Convenção da categoria.

Na ação, o sindicato vai cobrar, inclusive, a multa de 10% estabelecida na CCT para os atrasos dos pagamentos.

Os sindicatos do setor de telemarketing em São Paulo, Piauí e Paraná anunciaram, nesta segunda-feira (12) indicativo de greve e começaram a discutir a  paralisação para lutar pelos direitos dos trabalhadores.

Além da capital paulista, onde tem entre 2.800 e 3.000 trabalhadores, a terceirizada tem escritórios em Teresina (PI), Londrina (PR) e Votuporanga, no interior de São Paulo, segundo o sindicato.

O que dizem as empresas envolvidas

A justificativa da empresa Vikstar, que prestava serviços para a Vivo, para não depositar os salários no dia 7 (o quinto dia útil do mês) foi a de que a Telefônica, controladora da Vivo, não fez o pagamento dos valores devidos, segundo matéria pulicada na Folha de S Paulo.

Já a Telefônica, afirmou, ainda segundo o jornal, que o contrato de prestação de serviços com a Vikstar foi encerrado, mas que os pagamentos foram feitos., em nota, a empresa disse que a decisão de encerrar o contrato foi influenciada pela “deterioração financeira da Vikstar, que poderiam afetar a operação e qualidade do atendimento aos clientes da Telefônica.”

A reportagem lembra que, em 2020, o Sintratel precisou ir à Justiça do Trabalho para que funcionários demitidos entre julho de 2019 e janeiro de 2020 recebessem as verbas rescisórias e as multas pelo atraso no pagamento.

E segue dizendo que o avanço do contecioso trabalhista da Vikstar teria pesado na decisão da Vivo pelo rompimento do contrato. A empresa de telefonia pode ser considerada responsável pelo pagamento de verbas salariais caso a intermediária não cumpra suas obrigações.