80% das pessoas mortas pela polícia brasileira em 2019 eram negras
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, oito a cada dez pessoas mortas pela polícia no ano passado eram negras
Publicado: 19 Outubro, 2020 - 12h28 | Última modificação: 19 Outubro, 2020 - 12h35
Escrito por: Redação CUT
Das 6.357 vítimas de violência policial no ano passado, 99% eram homens, 39.561 (74,4%) eram negros, 23,5% com idades de 15 a 29 anos; 31,2% tinham entre 20 e 24 anos; 19,1% tinham entre 25 e 29 anos.
Os dados são do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado neste domingo (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento é feito com base nos boletins de ocorrências fornecidos por 23 estados — apenas Acre, Amapá, Amazonas e Rio Grande do Norte não encaminharam dados.
Segundo o Anuário, a maioria dos policiais assassinados (65%) também era preta ou parda. Somente no ano passado, foram registradas as mortes de 172 policiais civis e militares — 62 enquanto trabalhavam. O número pode ser maior, já que o estado de Goiás não apresentou informações, segundo o Fórum.
Para cada policial assassinado no Brasil em 2019, 37 pessoas foram mortas por policiais, de acordo com o Anuário.
O Anuário revela que aumentou também, em 14%, a proporção de negros no sistema carcerário em 15 anos. Já a de brancos, diminuiu 19%. Hoje, de cada três presos, dois são negros.
No total, 755.274 pessoas estavam presas no ano passado. Entre os 657,8 mil registros em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (66,7%) e 32,3% brancas. Em 2005, o total de presos negros representava 58,4% da população carcerária.