Escrito por: Redação CUT
Benefício criado pelo presidente Lula em 2004, o Bolsa Atleta atende 241 dos 276 atletas brasileiros que competem nas Olimpíadas de Paris. Valor pode chegar a mais de R$ 16 mil mensais
No ano em que se disputam os Jogos Olímpicos de Paris, um importante instrumento de incentivo ao esporte faz 20 anos no Brasil: o Bolsa Atleta. Criado em 2004 no primeiro mandato do presidente Lula, o benefício atende hoje 241 atletas do total de 276 que estão nas Olimpíadas, o que representa 89,17% dos convocados.
Das 39 modalidades disputadas nos Jogos de Paris, 27 são formadas por 100% de atletas que recebem o patrocínio do Governo Federal. De acordo com o Ministério dos Esportes 98% dos representantes nacionais já tiveram suporte do programa do em algum momento da carreira.
O Bolsa Atleta é repassado diretamente ao competidor, sem ata-se de um apoio direto ao atleta, sem intermediários. Para ser contemplado o atleta precisa atender aos critérios estabelecidos na legislação vigente e aos requisitos elencados nos Editais publicados anualmente.
Programa quase foi extinto
Depois de passar 14 anos sem nenhum reajuste, o presidente Lula concedeu 10,86% nos valores pagos pelo Bolsa Atleta, em meados de julho. Seus antecessores não fizeram nenhum reajuste no valor.
Os cortes tiveram início após o golpe contra a ex-presidenta Dilma. Em 2018, o então presidente Michel Temer (MDB-SP) cortou 87% do orçamento para Esporte e destinou R$ 70 milhões em bolsas para atletas. Em 2020, o governo de Jair Bolsonaro (PL), não pagou o auxílio para os esportistas. De 2017 a 2017 a 2021 houve uma queda de investimento de 17% do total do Bolsa Atleta.
Com Lula houve um recorde de investimentos. Em 2023, o Bolsa Atleta investiu R$ 121 milhões em atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas, com um recorde de 8.292 bolsas concedidas. Em 2024, o recorde foi ampliado, com mais de 9 mil atletas contemplados. O investimento supera os R$ 160 milhões.
O Bolsa Atleta
Há seis tipos de bolsa que podem chegar a R$ 15 mil mensais: Atleta de Base (R$ 370); Estudantil (R$ 370); Nacional (R$ 925); Internacional (R$ 1.850); Olímpico/Paralímpico (R$ 3.100) e Pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil). Medalhistas pelo Brasil, Rayssa Leal, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Júlia Soares fazem parte do Bolsa Pódio. Mas com o reajuste anunciado por Lula os valores da Bolsa Pódio, que passarão a ser pagos neste mês, irão variar de R$ 5.500 a R$ 16.600. As demais categorias também foram beneficiadas com o reajuste. Veja aqui como obter o benefício.
Esportistas agradecem benefício
A judoca Rafaela Silva, campeã mundial e medalhista olímpica em 2016, recebe o auxílio há 15 anos. "É muito importante para uma atleta de alto rendimento você ter uma segurança, uma tranquilidade de poder se preparar, de se dedicar só ao seu sonho que, no meu caso, é treinar judô. Porque tenho a segurança de ter o meu Bolsa Atleta, meu Bolsa Pódio, todo mês na minha conta, que eu posso ajudar minha família e no meu material do trabalho", disse.
A medalhista de bronze nos jogos de Paris na modalidade ginástica artística por equipe, Jade Barbosa, também é uma beneficiária do Bolsa Atleta.
"É um projeto que considero essencial, que consegue entender a necessidade e a demanda de cada atleta. Muda não só a vida do atleta, que pode se fixar no que é mais importante para desenvolver sua carreira, mas da família", afirmou Jade Barbosa.