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“A CIA contra a Guatemala” será lançado no CECUT-RS

“Livro aprimora autodefesa contra golpes", afirma Claudir Nespolo

Publicado: 19 Agosto, 2015 - 11h53 | Última modificação: 19 Agosto, 2015 - 12h10

Escrito por: CUT

Como parte da campanha de solidariedade à nação maia, será lançado durante o Congresso da CUT-RS, na próxima sexta-feira (21) à noite, em Porto Alegre, o livro A CIA contra a Guatemala: movimentos sociais, mídia e desinformação (Editora Papiro, 160 páginas, selo Barão de Itararé), do jornalista Leonardo Wexell Severo.

O foco central da publicação do assessor de Relações Internacionais da CUT são os reiterados abusos contra os direitos humanos e as perseguições antissindicais, que têm sido a tônica do governo guatemalteco. Prova disso é que o país centro-americano se mantém no pódio dos campeões mundiais de assassinatos e desaparecimentos de lideranças, o que tem repercutido nos salários brutalmente arrochados, nos direitos precarizados e no índice insignificante de sindicalização de 2,2%, reduzida a 1,6% no setor privado.

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, “ao possibilitar um maior conhecimento das ações da CIA e do império estadunidense e lançar luz sobre o papel que as forças reacionárias exercem contra a soberania e a liberdade dos povos, o livro aprimora os mecanismos de defesa contra golpes na América Latina”. “É importante lembrar que não estamos imunes a estas ações”, acrescentou Claudir.

LUTA CONTRA A DESMEMÓRIA - Segundo João Felicio, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), “este é um livro denúncia, que conclama à luta contra a desmemória e demonstra como a ingerência da CIA e das transnacionais tem representado um duro golpe para a democracia e para a classe trabalhadora na Guatemala”.

A secretária de Comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Rosane Bertotti, destaca a relevância da publicação para uma melhor compreensão da importância da unidade latino-americana e da própria conjuntura. “Com esta contundente descrição dos crimes praticados pelos monopólios de mídia, assim como de seus vínculos com o que há de mais reacionário e entreguista, Leonardo Severo dá mais uma valiosa contribuição ao movimento pela democratização da comunicação”, assinala.

MORTICÍNIO - Com artigos e reportagens sobre a atualidade guatemalteca, o livro faz uma análise histórica da violenta intervenção estadunidense no país, que se deu em função dos interesses da multinacional bananeira United Fruit Company. Impulsionada pela Frutera, a CIA foi acionada para derrubar o governo democrático de Jacobo Árbenz em 1954, o que teve trágicas consequências não só para o país, como para toda a América Latina. Superadas longas décadas de ditadura, que deixaram um saldo de mais de 250 mil mortos e desaparecidos, o país segue sendo governado conforme os interesses de Washington.

LEITURA OBRIGATÓRIA - “Dizer ‘de Guatemala para Guatepeor’ não é nenhuma piada de mau gosto. É a realidade dessa terra que se pode conhecer através das reportagens de Leonardo Severo agora publicadas neste livro, de leitura obrigatória para todos”, afirma o veterano jornalista Paulo Cannabrava Filho, coordenador da equipe de edição dos Cadernos do Terceiro Mundo, que faz a apresentação da obra.

SOBRE O AUTOR - Leonardo Wexell Severo é pós-graduado em Política Internacional pela Faculdade de Sociologia e Política de São Paulo, autor de Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo (2008) e Latifúndio Midiota, crimes, crises e trapaças (2012).