Escrito por: Isaías Dalle, Luiz Carvalho e Vanessa Ramos
Diz Camila Lanes, líder dos estudantes secundaristas. Leia outros depoimentos anti-golpe
Dirigentes de diferentes forças políticas e sociais manifestaram na manhã desta segunda, dia 7, apoio ao mandato da presidenta Dilma, repúdio a Eduardo Cunha e luta por um novo modelo de desenvolvimento. O encontro ocorreu na sede do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, na capital.
Confira os principais trechos dos depoimentos:
Camila Lanes, presidenta da UBES: “Temos de renovar a esperança de cada um, porque se os secundaristas conseguiram ganhar do Alckmin, vamos conseguir barrar o que está acontecendo. Não haverá terceiro turno. Destaco a importância de cada brasileiro e brasileira ocupar as ruas contra o golpe. O povo tem mais força do que muito burguês que não reconhece Dilma como presidenta. A esperança e a verdade vencerão neste momento”.
Raimundo Bonfim, da CMP: “Faremos pressão nas ruas para que os votos no Congresso Federal sejam para impedir o processo contra Dilma. Estavam questionando se os movimentos populares irão às ruas neste momento, mas reafirmo que nós já estamos nas ruas desde o início de 2015, quando a ameaça do impeachment foi colocada”.
Adilson Rodrigues, presidente da CTB: “Nunca ficou tão claro para nós da importância que pode jogar neste processo decisivo a unidade da classe trabalhadora, dos povos, diante de uma disputa de sentido estratégico. A democracia é um bem precioso e não é possível avançar para uma transição de mudanças mais profundas se não defendermos a democracia. Dilma foi eleita democraticamente e ela merece a nossa confiança. Não podemos ter uma visão derrotista. Não perdemos a batalha”.
Carina Vitral, presidenta da UNE:”Vamos Impedir que o retrocesso volte ao Brasil. Que cada movimento aqui reunido possa se inspirar na luta do movimento estudantil secundarista, porque quem milita aqui em São Paulo sabe o quanto é dura a batalha e a opressão de Geraldo Alckmin. Achávamos que eles era invencíveis, mas a radicalidade dos secundaristas provou que isso não é verdade.”
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical: “Eu venho em nome da pluralidade de partidos que existe dentro da Força Sindical. Nossa opinião é que o que está em jogo é o Estado de Direito, o maior período democrático do nosso país. Queremos mudança na taxa de juros, na política econômica, não à recessão e não ao desemprego. Mas as alternativas que estão aí não são as que queremos. Haja vista propostas como a “Ponte para o Futuro”, do PMDB, ou os 101 Pontos da CNI. Por isso defendemos o mandato da presidenta Dilma”.
Renato Rabelo, presidente do PC do B: “Qual seria o projeto que viria se fôssemos derrotados? Seria um projeto que se aproveitaria da situação para impor uma agenda ultraneoliberal”.
Luiz Antonio de Medeiros, PDT: “Creio que teremos o apoio da maioria dos sindicatos filiados à Força Sindical. Eles não podem cometer o erro histórico de ficar do lado de lá. Porque o lado de cá é a democracia, e a democracia é nosso oxigênio, é o que nos permite avançar”.
Rui Falcao, do PT: o argumento das pedaladas é falso. Foto de Paulo Pinto - Agência PT/Fotos Públicas
Antonio Carlos, presidente do PCO: “Terá parlamentares do PMDB que até levantarão a mão em favor da Dilma na hora da votação (do impeachment). Mas farão isso porque a direita tem medo da nossa mobilização”.
Canindé Pegado, UGT: “O Eduardo Cunha é o Carlos Lacerda do século XXI. É um traidor”.
Rui Falcão, presidente do PT: “Os golpistas resolveram colocar às claras o que vem tramando o ano inteiro. Programas sociais, avanço da moradia, tudo isso construiu um país diferente. Querem ganhar a eleição no tapetão. A semana passada nos uniu. A democracia tem que ser preservada a qualquer custo e nós vamos defendê-la custe o que custar.“
Vagner Freitas, presidente da CUT: “O Brasil precisa da agenda da transformação da sociedade, do crescimento econômico e da mudança da política econômica. Que os trabalhadores e trabalhadoras que estão me ouvindo agora saibam que os mesmo que estão propondo o impeachment da Dilma são os mesmos que propõem a retirada de seus direitos. Por trás do impeachment existe a luta de classes. Tivemos nos últimos anos ascensão da classe trabalhadora, do poder de compra. O que os golpistas colocam é que não podemos de maneira nenhuma investir no mercado interno, só no mercado externo. Os que propõem o impeachment são também os que votam leis contra as mulheres, os negros, as crianças e que colocam uma agenda retrógrada no Congresso. O impeachment interessa apenas aos reacionários. Eles construíram a corrupção por 500 anos. Não vai ter golpe e os trabalhadores e trabalhadoras vencerão.”