A Guatemala se converteu no país...
Informe à OIT denuncia extensa lista de violações. ComunicaSul viaja ao país para documentar crimes
Publicado: 21 Junho, 2013 - 16h25
Escrito por: Leonardo Severo

Crimes contra sindicalistas se multiplicaram na Guatemala no último perÃodo“A Guatemala se converteu no país mais perigoso do mundo para os sindicalistas”, aponta o informe sobre violações contra os trabalhadores recém-publicado pela Confederação Sindical Internacional (CSI), apresentado na 102ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra.
O levantamento da CSI assinala que “ao menos 53 representantes sindicais foram assassinados” desde 2007 e denuncia numerosas tentativas de homicídio, torturas, sequestros e ameaças de morte, o que “tem criado um ambiente de medo e violência que soterra os direitos sindicais”.
Mais do que nunca, a solidariedade à Guatemala cumpre um papel chave em defesa da vida e dos direitos humanos, avalia o secretário nacional de Formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Celestino Lourenço (Tino), recém-chegado de Genebra.
De acordo com Tino, um dos momentos mais marcantes da Conferência da OIT foi quando um professor e dirigente sindical guatemalteco fez uso da palavra para denunciar a onda de violência antissindical, relatando os hediondos crimes cometidos contra os lutadores sociais que ousam defender direitos. “Após o professor e dirigente sindical dos trabalhadores da Guatemala ter denunciado o governo e o cenário de criminalização, assassinato, cassação e perseguição, o plenário aplaudiu por mais de um minuto. São dezenas de assassinatos no último período e que, pela banalização do processo, vem sendo considerados crimes comuns”, denunciou.
Na avaliação do dirigente cutista, por tudo o que viu e ouviu, “é um regime pior do que terrorista, pois se utiliza de atos hediondos contra os direitos humanos para manter a dominação do capital”, citando o fechamento de sindicatos como prática corriqueira. Agora, com a verdade vindo à tona e a posição radicalizada contra o governo da Guatemala, explicou, muitos países se pronunciaram por justiça, contra a impunidade, defendendo que se instale um observatório da OIT no país.
Conforme o secretário geral da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Victor Báez, a Guatemala ostenta as mais baixas taxas de sindicalização (1,6%) e as mais altas taxas de assassinato de sindicalistas, “que se multiplicam devido a mais absoluta impunidade”.
COMUNICASUL VAI AMPLIAR DENÚNCIA
A Rede de Comunicação Colaborativa ComunicaSul viajará à Guatemala entre os dias 29 de junho e 7 de julho para fazer um documentário e dar visibilidade à onda de assassinatos de lideranças dos trabalhadores, à repressão e à perseguição às suas entidades.
O coletivo tem atuado em diversos eventos no continente, com a cobertura das eleições de Hugo Chávez, em outubro de 2012, e de Nicolás Maduro, em abril de 2013; da luta pela democratização da comunicação na Argentina, no dia 7 de dezembro do ano passado (7D) e, mais recentemente, em fevereiro de 2013, da reeleição de Rafael Correa, no Equador, sempre fazendo um contraponto à desinformação e à manipulação dos grandes conglomerados de mídia contra a integração latino-americana e a soberania dos nossos países e povos.
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