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A luta não vai acabar, está apenas começando

Esse é o sentimento de todos que participam da missa em homenagem a dona Marisa neste sábado, em São Bernardo. Lula vai cumprir a ordem judicial, mas a luta por justiça e igualdade não vai parar 

Publicado: 07 Abril, 2018 - 13h32 | Última modificação: 11 Abril, 2018 - 00h14

Escrito por: Érica Aragão

Roberto Parizotti
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As ruas no entorno da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), em São Bernardo do Campo, neste sábado (7), estavam lotadas enquanto o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva falava publicamente pela primeira vez desde que o juiz Sérgio Moro decretou injustamente a sua prisão, em mais um ato político, sem base jurídica, como todas as suas ações desde o inicio do processo do caso do tríplex do Guarujá.

O sentimento do povo é de que a luta não se encerra com a retirada da liberdade de Lula. O que todos disseram à reportagem do Portal CUT nesta manhã em que a democracia brasileira sofre uma das maiores derrotas desde a ditadura militar é de que a resistência está apenas começando.

A notícia de que Lula vai cumprir a ordem judicial se espalhou rapidamente entre as centenas de homens e mulheres, trabalhadores, trabalhadoras, artistas, políticos e autoridades, que vieram prestar solidariedade ao ex-presidente e permanecem na Vigília da Democracia que começou na última quinta (5), quando foi divulgada a decisão de Moro e não tem data para acabar.

As faixas e as palavras de ordem deixaram claro o sentimento do povo: “Lula livre” e “não se entrega” faziam coro na multidão.

A aposentada Magda Flores veio do Morro de São Paulo para prestar solidariedade e resistir junto ao ex-presidente. Ela não hesita em afirmar: “Mesmo se não deixarem Lula livre, ele será nosso presidente”, disse ela com os olhos cheios de lágrimas.

“Se eu não soubesse e não tivesse as consequências jurídicas, imploraria para ele não se entregar”, disse ela, que completou: “mas, nós vamos vencer! Vencemos momentos iguais ou piores com muita luta e é com muita luta que resistiremos e venceremos”.

As pessoas que não conseguiram ficar perto do caminhão para ver e olhar para o ex-presidente ficaram atentas em frente ao telão que foi colocado no estacionamento do Sindicato.

São homens, mulheres, idosos e crianças que vieram para simplesmente transmitir amor e solidariedade a Lula.

Para a jornalista e estudante de direito, Clarice Brandão, que estava com seu filho de 5 anos no ato, esse momento vai ficar marcado na história como continuidade da luta.

“Nossa luta não iniciou agora. Somos heranças de um povo que lutou e até morreu por dias melhores, por mais democracia, igualdade, menos preconceito egoísmo”, destacou Clarice.

Segundo ela, é muito importante multiplicar a história contada por aqueles que lutam e que as pessoas não aceitem ser manipuladas pela imprensa.

“Eu trouxe meu filho de 5 anos para perto do Lula, porque ele representa a luta e a resistência e estamos nos fortalecendo para os próximos dias. A esperança sempre vai vencer o medo. Meus filhos serão a continuidade da luta por um País que seja de todo e de todas”.