Escrito por: Érica Aragão e Silvia Medeiros
Marcha é promovida pelo 13º Mundos de Mulheres e 11º Fazendo Gênero
Mulheres da CUT e do mundo vão marchar nesta quarta (2), à partir das 17h, nas ruas de Florianópolis (SC), na marcha promovida pelo 13º Mundos de Mulheres e 11º Fazendo Gênero que começou dia 30 de julho e acontecerá até a próxima sexta (4).
As sindicalistas CUTistas estão entre as mais de 8 mil mulheres que vão marchar para demonstrar que as feministas estão mobilizadas e articuladas em todo o planeta, juntas na construção de uma sociedade sem opressão de raça/etnia, classe, gênero, sexualidade, deficiência, geração, origem geográfica e de religião.
A vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, destacou a importância da presença das sindicalistas da maior entidade sindical do país e da América Latina.
“A luta da trabalhadoras foi pauta de debate com mulheres do mundo todo. A nossa luta é de todas, das mulheres do campo, da cidade, das águas e das florestas. Todas nós juntas podemos mudar a realidade de todas nós”, contou.
Com agendas simultâneas de atividades com 160 simpósios temáticos, 33 mesas redondas, 4 conferências, 95 oficinas, 17 minicursos, 40 rodas de conversa e várias outras atividades culturais. Lideranças mulheres da CUT se dividem entre diversos debates e contribuem com a experiência da organização sindical e os desafios enfrentados diariamente pelas mulheres trabalhadoras.
“A participação de mulheres sindicalistas num evento internacional com 8 mil mulheres de tudo quanto é lugar do mundo é importante para dizermos que nós também, para além da luta sindical, temos o olhar feminista dentro do mundo do trabalho”, explicou a secretária da Mulher Trabalhadora na CUT Nacional, Junéia Martins Batista.
Os debates que acontecem dentro do campus da universidade federal, ocupam além das salas e auditórios acadêmicos, três grandes tendas e vários espaços no gramados que fica em volta da universidade.
“É a primeira vez que o Fazendo Gênero, um espaço de debates acadêmicos, recebe representantes dos movimentos sociais para a mesa de debate”, explica Sueli Silvia Adriano, Secretaria de Mulheres da CUT-SC, que participou da organização do evento. Segundo ela, é um momento único de envolvimento das ações práticas dos movimentos sociais, junto com a teoria e a prática cotidiana do feminismo.
Os diferentes feminismos – Não há como padronizar o debate sobre o feminismo, a diversidade de mulheres, de pensamentos e modos de vidas, faz com que as formas de libertação e empoderamento da mulher sejam muitos diferentes. Foi nessa linha que a Roda de Conversa que tratou sobre os desafios de construir o feminismo camponês e popular aconteceu.
Para Rosane Bertotti, Secretaria de Formação da CUT, que representou a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar FETRAF/Brasil, destacou que o feminismo no campo é a prática do poder viver. “Temos um quadro muito dramático com alto índice de violência contra à mulher no campo. Precisamos enfrentar de forma coletiva esse cenário. O Mundos de Mulheres é um espaço que nos fortalecer e nos da a possibilidade de construção coletiva entre a academia e os diferentes movimentos do campo”, reforçou Rosane Bertotti.
A mulher na mídia - Como a mulher está sendo apresentada nos veículos de comunicação, a forma com é estereotipada e como se dá a construção do machismo, através de narrativas da mídia e da propaganda. Essa é uma outra problemática discutida no Mundos de Mulheres. “Pensar na comunicação, no poder que ela tem de rotular os indivíduos e como ela interfere na visão que a sociedade nos coloca do que é ser mulher, é um debate que nós trabalhadoras temos que acompanhar e pensar ações de enfrentamento de forma coletiva”, destaca Adriana Maria Antunes de Souza, Secretária de Comunicação da CUT-SC.
A quarta-feira, dia 2 de agosto, está reservado para uma grande Marcha do Mundos de Mulheres, que vai acontecer às l6 horas no Centro de Florianópolis, momento que a pauta das mulheres vai ocupar as ruas e mostrar a força e potencialidade desse encontro que reúne pessoas do mundo todo. Além da pauta de luta das mulheres, a Marcha também fará parte dos atos nacionais que pedem a saída do presidente Michel Temer, que será julgado no mesmo dia.
Saúde da Mulher Trabalhadora - A CUT também pautou a saúde da mulher na atividade internacional. O tema está em risco neste momento de retirada de direitos que o país está passando. A Emenda Constitucional 95 já em vigor irá limitar investimento em saúde e educação nos próximos 20 anos. “Não podemos deixar que a maior política pública em andamento no Brasil (SUS)e sustentada nas lutas populares seja esvaziada e extinta como propõe os golpistas e as mulheres serão as mais atingidas”, destacou a secretária Nacional da Saúde do Trabalhador da entidade, Madalena Margarida.
Todas as mulheres presentes nas atividades irão se somar à marcha.
A marcha, além de chamar atenção e fazer barulho pelas pautas gerais, também vai denunciar as múltiplas violências, opressões e assédios, físicos e psicológicos que matam e adoecem mulheres cotidianamente no Brasil.
“A cidade vai ter que parar! Nós iremos ocupar as ruas da cidade com as bandeiras e faixas da CUT para chamar atenção e sensibilizar a população entender as demandas das mulheres do mundo”, contou a diretora executiva da CUT Nacional, Mara Feltes.