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A nossa grande luta é garantir proteção social ao trabalhador e eleger Lula em 2022

Na Venezuela, presidente da CUT fala como Bolsonaro está destruindo o Brasil e sobre a importância da unidade do movimento sindical para a classe trabalhadora e as eleições 

Publicado: 05 Novembro, 2021 - 10h34 | Última modificação: 05 Novembro, 2021 - 12h19

Escrito por: Vanilda Oliveira

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“Nunca vi algo semelhante, a classe trabalhadora brasileira vive o pior momento da sua história e as perspectivas são as piores possíveis, porque o país tem um idiota na Presidência da República, que está destruindo tudo, para servir a interesses internacionais”.

A afirmação foi feita pelo presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, durante live realizada nesta quinta-feira (4), em Caracas, transmitida à população venezuelana. Por isso, complementou o dirigente, “a grande luta da CUT, das centrais sindicais é garantir proteção social aos trabalhadores e vencer as eleições presidenciais do ano que vem, elegendo Lula, para mudar esse quadro que é o pior da nossa história”.

Sérgio Nobre e o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, participaram da live comandada pelo vice-chanceler venezuelano Carlos Ron, presidente do Instituto Simon Bolívar. Os sindicalistas estão na Venezuela desde o terça-feira (2) para visitar os trabalhadores da Usina Sidor, em Orinoco, que doou oxigênio hospitalar a Manaus, em janeiro. Ato solidário nunca reconhecido nem agradecido pelo governo brasileiro. O secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, e o presidente da CUT-Rio, Sandro Cezar, integram a comitiva brasileira na Venezuela.

Leia mais: Na Venezuela, Sérgio Nobre defende a unidade e solidariedade dos trabalhadores da América Latina

Presidente da CUT retribui solidariedade dos trabalhadores venezuelanos ao Brasil

ReproduçãoReprodução

A Usina Sidor receberá doação de uma tonelada de peças compradas com dinheiro arrecadado por campanha realizada pela CUT e demais centrais. A Venezuela sofre embargo e sanções econômicas internacionais, principalmente dos Estados Unidos, desde 2015, o que dificulta a reposição de peças e manutenção do seu parque industrial.

O vice-chanceler Carlos Ron exaltou a doação mútua (oxigênio e peças) “como uma das expressões mais importantes de solidariedade entre povos, entre trabalhadores, que a gente viu nos últimos anos” É um ato histórico, o que chamamos de diplomacia trabalhista, baseado na solidariedade entre trabalhadores de dois países, no momento mais difícil da história recente da humanidade, a pandemia”, disse Ron.

Durante quase uma hora de conversa, Sérgio Nobre contou aos internautas venezuelanos um pouco da história da CUT, “que nasceu lutando pela redemocratização e hoje representa 22 milhões de trabalhadores e trabalhadoras”. O presidente nacional da CUT falou que “desde a sua fundação da CUT, as relações internacionais foram muito importantes, porque, quando foi criada, em plena ditadura militar, a CUT teve a solidariedade dos países da Região da América Latina e da Europa”.

“Os problemas dos trabalhadores são semelhantes no mundo todo, a luta tem que ser uma luta conjunta, em especial agora”, disse o dirigente cutista.  

O presidente nacional da CUT afirmou que, quando a Venezuela doou o oxigênio hospitalar ao Brasil, o movimento sindical ficou sabendo da realidade e dificuldades da usina, que poderia produzir mais oxigênio, não fosse o bloqueio internacional. “Tiveram o gesto humano e belo que, agora, viemos retribuir”, disse.

“O movimento sindical no Brasil tem 11 centrais sindicais e todas elas, juntas, decidiram fazer uma campanha para retribuir o gesto solidário dos trabalhadores venezuelanos. Essa é a razão da nossa visita, além de intercambiar informações com o movimento sindical da Venezuela”, disse Sérgio Nobre, ao destacar a importância da unidade do movimento sindical na luta em defesa da classe trabalhadora.

O vice-chanceler Carlos Ron destacou como muito importante o fato de a solidariedade à Venezuela vir de todas as centrais sindicais do Brasil. “Podem ter diferenças, mas se juntaram para fazer frente à pandemia e a outros desafios, isso mostra como é importante que os trabalhadores do mundo, independentemente das diferenças, possam se unir em momentos mais críticos como esse da pandemia”, afirmou o venezuelano.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, em sua fala, destacou a importância da unidade das centrais sindicais brasileiras. “Temos uma pauta que unifica a nossa luta, unidade que vem de alguns anos, mas que foi intensificada e fortalecida para enfrentar a pandemia de Coronavírus”, disse o dirigente. Torres lembrou que, desde o início da crise sanitária instalada pelo Covid-19, as centrais deram um passo à frente, elaboraram, documento muito forte de enfrentamento à pandemia, que foi entregue ao Parlamento e às autoridades.

“Entregamos um plano que propunha auxilio emergencial de R$ 600,00, programa de proteção de emprego (porque sabíamos que viriam muitas demissões), a valorização do Sistema Único de Saúde, que o governo, aliás, até 2019, queria extinguir, e chamamos a sociedade a participar dessa luta. A pressão das centrais, do movimento sindical venceu essa batalha do auxílio, que, se dependesse do governo Bolsonaro, teria sido de R$ 200,00”, disse Miguel Torres.

“Com essas ações solidárias entre trabalhadores venezuelanos e brasileiros, podemos mostrar ao mundo Temos de mostrar ao mundo a solidariedade sindical é muito importante nesses momentos e quando há uma crise mundial, como a deflagrada pela pandemia. “A única coisa que nos une para avançar é a solidariedade”, disse o presidente da Força.

Urnas e economia

Para falar da importância das eleições de 2022 aos venezuelanos, o presidente nacional da CUT explicou como a pandemia, negada e agravada pelo governo Bolsonaro, levou o Brasil a uma crise econômica e social sem precedentes, a desemprego recorde, e à trágica volta do país ao mapa da fome. “Uma situação contra a qual resistimos e lutamos, mas as projeções para o pós-pandemia é que o Brasil não voltará a crescer tão cedo com uma recuperação só em 2025, isso se fizerem tudo certo, o que significa que o povo continuará passando fome.”

Para Sérgio Nobre, “a grande batalha nossa é a eleição de 2022”. “O presidente Lula lidera as pesquisas e tem o apoio da maior parte do movimento sindical; nossa esperança é que, vitorioso, Lula comece a reconstruir o Brasil em tudo, na economia e no papel que o país sempre teve perante o mundo”, disse o presidente da CUT.

“Uma coisa que nos entristece muito é o fato de que, historicamente, o Brasil sempre foi um pais acolhedor, parceiro dos países na Região, uma voz pela democracia e pela paz no mundo e hoje tem um idiota na Presidência da república que agride a Venezuela, a Argentina, envergonha o país mundo afora, com declarações estupidas e o Brasil não merece isso”, afirmou Sérgio Nobre.