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A poucas horas da greve, Replan tenta intimidar petroleiros com a tropa da PM

Ao menos 10 viaturas e um helicóptero águia da PM, além de um caminhão da tropa de choque, se posicionaram na área interna da refinaria na tarde de hoje (29). Direção do Sindipetro orienta não cair na pressão

Publicado: 29 Maio, 2018 - 17h02 | Última modificação: 29 Maio, 2018 - 18h46

Escrito por: Alessandra Campos, Sindipetro-SP

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A poucas horas do início da greve nacional de três dias dos petroleiros, que será deflagrada nos primeiros minutos desta quarta-feira (30), os trabalhadores e trabalhadoras da Refinaria Alberto Pasqualini (Replan), em Paulínia, foram surpreendidos pela presença de uma tropa de militares dentro da refinaria. A ação foi classificada pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) como uma tentativa de intimidação aos petroleiros.

Ao menos 10 viaturas e um helicóptero águia da PM, além de um caminhão da tropa de choque, se posicionaram na área interna da refinaria, na tarde de hoje (29). Os veículos da Rota ficaram estacionados ao lado do restaurante, em um local bem visível e de circulação dos petroleiros.

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A presença dos militares causou apreensão entre os trabalhadores, uma vez que a escolta aos condutores de carretas de combustível e gás foi encerrado no período da manhã. “Não se trata de escolta, porque os policiais entraram dentro da refinaria e por lá ficaram, à vista de quem quisesse vê-los. A ação nos pareceu uma tática de intimidação da empresa, de ameaça aos trabalhadores, diante da greve prestes a começar”, afirmou o diretor do Sindicato Gustavo Marsaioli.

A direção do Unificado orienta os trabalhadores para que não cedam a esse tipo de pressão. “Essa não é a primeira vez na história que os petroleiros enfrentam tentativas de se provocar medo e pavor na categoria. Mais uma vez vamos resistir. Ninguém vai nos intimidar”, declarou o dirigente.

Greve nacional
Na segunda-feira (28), os trabalhadores da Replan e da Recap, em Mauá, fizeram uma paralisação de advertência de oito horas, em apoio ao movimento dos caminhoneiros e contra a política de reajuste diário de preços dos combustíveis, praticada pela Petrobrás.

Roberto ParizottiRoberto Parizotti
Paralisação na refinaria de Capuava, em Mauá, nesta segunda-feira (28)

O ato serviu como aquecimento à greve nacional da categoria, convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que tem início logo mais, a partir da meia-noite, com o corte de rendição dos turnos das refinarias de Paulínia e Mauá. No Unificado, a previsão é que a mobilização seja de, no mínimo, 72 horas.

A greve de três dias da categoria petroleira acontece em todo o país, contra os preços abusivos dos combustíveis e do gás de cozinha e a privatização da Petrobrás e pela saída imediata do presidente da estatal Pedro Parente.

Frentistas
A direção do Sindipetro Unificado convoca os frentistas para se somarem à greve dos petroleiros contra a proposta apresentada nesta terça-feira (29) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que sugere o aumento do desemprego no Brasil.

Em meio à crise econômica e social que o país atravessa, com mais de 13 milhões de desempregados, segundo levantamento divulgado hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Cade propõe a instalação de postos de autosserviços de abastecimento - ou seja, sem a presença de frentistas. Essa medida poderá causar a demissão de mais de 500 mil trabalhadores em todo o país, segundo dados do Sindicato dos Frentistas de Campinas e região.

São Paulo

No estado de São Paulo, os petroleiros continuam mobilizados para a greve a partir da 0h de quarta-feira (30), mesmo após intimação da Polícia Militar (PM).