Escrito por: Romário Schettino – Jornal Brasil Popular/RJ
A ABI acrescenta que “o desmatamento ganha contornos nunca antes vistos e é de tal monta que parece ser uma política deliberada, o que, se verdadeiro, seria um crime inominável”
Como o assunto meio ambiente não tem sido relevante desde que Jair Bolsonaro (ex-PSL) assumiu o Palácio do Planalto, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jeronimo, escreveu uma carta aberta para lembrá-lo de que sábado, 5 de junho, é o Dia Mundial do Meio Ambiente, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU), e pediu a demissão do ministro Ricardo Salles.
Jerônimo diz em sua carta que “duas razões fazem do Brasil um personagem presente quando se trata hoje de meio ambiente em qualquer debate: o fato de termos em nosso território a maior parte da Amazônia, tido como o pulmão do mundo; e a política criminosa que vem sendo desenvolvida pelo governo brasileiro desde que Bolsonaro assumiu a Presidência”.
A ABI acrescenta que “o desmatamento ganha contornos nunca antes vistos e é de tal monta que parece ser uma política deliberada, o que, se verdadeiro, seria um crime inominável”.
Mesmo descrente que alguma coisa mude no governo atual em relação ao tema ambiental, a ABI convoca a população para continuar as críticas e protestos e propõe que Bolsonaro aproveite a data e exonere o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, que já disse ser preciso aproveitar a pandemia para “passar a boiada” e avançar na extinção das normas de preservação do meio ambiente.
A propósito, a ABI lembra que além do péssimo desempenho do ministro, “agora as coisas são mais graves, Salles enfrenta também denúncias de corrupção.”
Salles é alvo de pedido de um inquérito por parte da Procuradoria Geral da República por suspeição de praticar advocacia administrativa, dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolve crimes de uma organização criminosa.
A carta aberta da ABI lembra que a denúncia foi firmada pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, e enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). A relatora é a ministra Cármen Lúcia, que tem como base a notícia-crime enviada pelo ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva ao Supremo. A acusação se relaciona com a maior apreensão de madeira da história do Brasil. Foram 226.763 metros cúbicos de madeira, num valor estimado seria de R$ 129 milhões. Segundo o delegado, teria havido interferências indevidas do ministro para proteger os criminosos.
Ricardo Salles é investigado também em outra ação no STF, pelo ministro Alexandre de Moraes, relacionada com a facilitação de exportação ilegal de madeira.